Apostas esportivas: maioria apoia taxação de sites, diz pesquisa

Apostas esportivas: maioria apoia taxação de sites, diz pesquisa

De acordo com pesquisa divulgada recentemente, maioria dos brasileiros apoia taxação de sites de apostas esportivas

Você acredita que os sites de apostas esportivas no Brasil devem ser taxados? Para a maioria dos brasileiros, a resposta é sim. Ao menos foi o que revelou uma nova pesquisa do instituto Paraná divulgada recentemente. De acordo com o levantamento, cerca de 55% dos entrevistados disseram que concordam com a ideia do Governo Federal de taxar as empresas.

A pesquisa revela ainda que outros 27,9% não querem que o poder executivo comece a taxar as empresas de sites de apostas esportivas, ou seja, eles querem que o sistema de cobrança permaneça do jeito que está agora. Outros 16,9% não souberam ou não quiseram opinar sobre o assunto da pesquisa.

Maioria nunca apostou

O levantamento da Paraná, no entanto, aponta que a grande maioria dos cidadãos brasileiros nunca fizeram uma aposta nestes sites em questão. Segundo a pesquisa, apenas 14,5% da população brasileira já fez ao menos uma aposta em qualquer site desta natureza desde o ano de 2018, independente do resultado obtido.

Ao mesmo passo, 85,5% responderam que nunca chegaram a apostar nos sites de azar que atuam atualmente no Brasil. De toda forma, analistas dizem que os números não são pequenos, quando se considera que a cada 10 brasileiros, ao menos um já realizou algum tipo de aposta esportiva por este sistema.

Maioria acredita que há manipulação

A mesma pesquisa fez ainda uma terceira pergunta aos entrevistados. O questionário perguntou se os cidadãos brasileiros acreditam que o sistema de apostas no Brasil é manipulado. A grande maioria daqueles que responderam a pergunta, disseram que a resposta é sim.

A pesquisa aponta que 63,9% dos brasileiros acreditam que está ocorrendo manipulação de resultados para favorecer determinados grupos de apostadores. Outros 36,1% disseram que não há esta chance.

É importante notar que estes números consideram apenas a opinião daqueles que disseram que já realizaram uma aposta esportiva. Deste modo, é possível afirmar que há uma grande desconfiança em relação aos sites de azar, mesmo entre as pessoas que costumam realizar as apostas de fato.

Operação Penalidade Máxima

Outro ponto importante para entender o resultado desta pesquisa é que ela foi realizada ainda antes da explosão da Operação Penalidade Máxima, que investiga a suposta participação de jogadores de futebol em um alegado esquema de manipulação de resultado de jogos em vários campeonatos pelo Brasil.

Segundo informações divulgadas pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), há uma suspeita de que um grupo criminoso tenha atuado diretamente na manipulação, ou ao menos tentativa de manipulação de resultados em jogos do Campeonato Brasileiro e de algumas competições estaduais.

Segundo a investigação, os criminosos teriam entrado em contato com os jogadores de futebol para que eles participassem do esquema. Eles ofereciam valores que variavam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil. Para tanto, os atletas deveriam interferir no resultado dos jogos, como tomar um cartão, por exemplo.

MP diz que sites de apostas são inocentes

A operação Penalidade Máxima, no entanto, não trouxe, ao menos até este ponto da investigação, nenhum indício ou evidência de que os sites de apostas esportivas teriam participado do suposto processo de fraude. A avaliação do Ministério Público é de que as empresas seriam vítimas na história.

“Em tese, toda aposta direcionada, manipulada, traz prejuízo para a casa de apostas. Tanto é que eles têm um esquema de identificação de apostas fora do padrão. Eles cancelam determinadas apostas. Já aconteceu. Vamos enxugar gelo a vida inteira porque a corrupção sempre existiu na humanidade. Cabe a nós reprimir essa conduta”, disse o promotor Rodney da Silva, que faz parte do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Ao manipular o resultado e vencer a aposta, os criminosos estariam na verdade tirando o dinheiro dos próprios sites de azar. É neste sentido que o MP não vê, até aqui, motivos para acreditar que as empresas estariam envolvidas no esquema. 

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