A Aposentadoria Especial, um dos benefícios mais importantes do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), passa por uma transformação significativa. De acordo com o Ministério da Previdência Social, o INSS dispensará a análise documental da perícia médica para a concessão desta forma de aposentadoria.
A nova regra
Segundo a portaria 1.630, publicada recentemente, a análise de tempo especial para a concessão deste tipo de benefício será realizada por funcionários administrativos, não mais por médicos peritos. No entanto, nesta primeira etapa, a regra se aplica exclusivamente ao agente prejudicial à saúde “ruído”.
Os demais casos continuarão sendo encaminhados para a perícia médica.
Objetivo da mudança
A principal motivação para essa mudança é liberar os peritos para realizar o maior número possível de exames periciais para a concessão de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e BPC (Benefício de Prestação Continuada). Atualmente, a espera por esses exames pode chegar a um ano.
Análise de requerimento
A nova regra se aplica a todos os novos requerimentos de aposentadoria especial e aos pendentes de análise, inclusive em revisão e recurso. A comprovação deve ser feita por meio de LTCAT (Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho) ou documento substituto, juntamente com o formulário de atividade especial.
O papel dos peritos médicos
Até recentemente, os peritos médicos eram responsáveis por analisar os documentos que confirmam o direito ao benefício especial. O principal deles é o PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário).
A Opinião dos Especialistas
A advogada Adriane Bramante, presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), considera a medida “bem positiva”. Segundo ela, a nova regra pode ajudar a diminuir a fila de espera para análise dos PPPs, que atualmente é de seis meses.
Por outro lado, Francisco Eduardo Cardoso Alves, vice-presidente da Associação Nacional de Médicos Peritos (ANMP), tem uma opinião diferente. Segundo ele, a nova medida pode levar a um aumento no número de negativas. Ele argumenta que a análise da Aposentadoria Especial é complexa e requer conhecimento médico e técnico avançado.
Aposentadoria especial: como funciona?
A aposentadoria especial é concedida ao profissional que trabalhou exposto a agentes prejudiciais à saúde durante toda a vida laboral. Isso inclui exposição a agentes químicos, físicos e biológicos que podem afetar a qualidade de vida.
Reforma da Previdência e aposentadoria especial
A reforma da Previdência trouxe mudanças significativas para a aposentadoria especial. Agora, há uma idade mínima para quem ingressou no mercado de trabalho após novembro de 2019. Quem já estava atuando tem uma regra de transição, que considera a idade e o tempo de contribuição.
Quem tem direito à aposentadoria especial?
Todos os profissionais que comprovem trabalho em constante exposição a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde pelo período mínimo de 15, 20 ou 25 anos têm direito ao benefício.
Agentes nocivos que garantem a aposentadoria especial
São considerados agentes nocivos os biológicos, químicos, cancerígenos, ruído, calor e radiação ionizante, entre outros, que podem estar presentes em diversas atividades profissionais.
Conversão de tempo especial em comum
Antes da reforma da Previdência, o profissional que trabalhou parte da vida sob condição de vulnerabilidade, periculosidade ou insalubridade, mas depois trocou de profissão e passou a atuar em uma área sem risco, podia converter o tempo de contribuição especial em comum.
O futuro da aposentadoria especial
As alterações na aposentadoria especial estão sendo debatidas no STF (Supremo Tribunal Federal), em ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade). Além disso, há dois projetos em trâmite no Congresso que podem garantir regras mais vantajosas para este tipo de benefício.
Com a nova medida, espera-se que a fila de espera para a análise dos pedidos de aposentadoria especial seja reduzida, agilizando o processo para os segurados. No entanto, é importante que os profissionais estejam atentos às mudanças e busquem orientação adequada para garantir seus direitos.