Você já assistiu ao filme “O Dia Depois de Amanhã“? Um dos grandes sucessos do cinema na última década narra a história de como o mundo pode chegar ao fim diante da emergência do aquecimento global. Até então, muitos analistas tratavam a história como uma bela obra de ficção. Contudo, um novo estudo revela que alguns pontos podem se tornar realidade em breve.
O estudo publicado na última terça-feira (24) pela revista científica Nature revela que o mundo pode estar próximo de alcançar o temido ponto de não retorno. Segundo a pesquisa, se as emissões de carbono para a atmosfera não forem reduzidas drasticamente, haverá uma espécie de Circulação Meridional de Capotamento do Atlântico (AMOC).
E se engana quem pensa que o fenômeno está muito longe de acontecer. Ainda de acordo com a conclusão deste estudo, a tendência é que o movimento ocorra em algum momento entre os anos de 2025 e 2095. O estudo foi gerido por cientistas da Universidade de Compenhage.
Explicando o AMOC
De acordo com os cientistas, o AMOC nada mais é do que a parada do sistema de distribuição de frio e calor na região que fica entre o Atlântico Norte e os trópicos. Tal sistema é considerado vital para a regulação do clima em todo o mundo. “Um futuro colapso teria impactos graves no clima da região do Atlântico Norte”, diz o estudo publicado.
Quais seriam as consequências? Ainda tomando como base as informações da pesquisa, os invernos se tornariam mais extremos. Além disso, poderiam ocorrer também subidas dos níveis do mar, que ficaram mais famosas na ficção do filme O Dia Depois de Amanhã. Agora, elas se tornariam mais próximas da realidade.
“Acho que devíamos estar muito preocupados. Isto seria uma grande, grande mudança. A AMOC não está parada há 12 mil anos”, alerta Peter Ditlevsen, um dos cientistas que capitanearam o estudo publicado pela revista.
O que é ficção no filme
Lançado originalmente em 2004, o filme O Dia Depois de Amanhã conta a história de um climatologista que precisa viajar a pé da Filadélfia a Nova York para encontrar o seu filho em um momento em que vários desastres naturais ocasionados pelo aquecimento global eclodem em todo o mundo.
Os acontecimentos do filme poderiam se tornar verdade? Não exatamente. A maioria dos especialistas na área ambiental dizem que vários pontos descritos no longa não respeitam leis básicas da física. Um dos pontos mais criticados pelos analistas é o fato de que todos os eventos ocorrem em um intervalo de poucas semanas.
Como aponta o estudo publicado pela Nature nesta semana, o processo de aquecimento global não é imediato, e vai piorando a situação da Terra de maneira gradativa. De todo modo, analistas também dizem que o filme cumpre uma função importante ao alertar as pessoas sobre a importância de se cuidar do planeta.
O mês mais quente da história
O mês de julho deve ser confirmado como o mais quente da história do planeta. Ao menos é o que cientistas da Organização das Nações Unidas (ONU) estão afirmando. Segundo eles, há uma grande possibilidade de que o mês quebre o recorde histórico de temperatura.
“Não precisamos esperar o final do mês para saber disso. A menos que haja uma mini-era do gelo nos próximos dias, julho de 2023 quebrará recordes”, disse o secretário geral das ONU, Antonio Guterres, nesta quinta-feira (27) em Nova York.
“A mudança climática está aqui. É aterrorizante. E é apenas o começo”, disse ele a repórteres, afirmando ainda que “a era da ebulição global chegou”.
Efeitos do calor extremo estão sendo sentidos em várias partes do mundo. Na China e nos Estados Unidos, por exemplo, algumas cidades registraram mais de 50º C.