A relação da crase com os pronomes

O uso da crase está entre os assuntos de língua portuguesa que mais causam aborrecimento aos candidatos de concursos e vestibulares. No entanto, a questão da crase costuma ser amplamente cobrada nos exames, especialmente em relação aos pronomes. Desse modo, não há como fugir do assunto. Portanto, para dar conta das questões sobre crase, não adianta apenas gravar as regras de uso ou possíveis contextos de uso. É preciso entender o que significa a presença desse sinal gráfico de acentuação. 

 O acento grave indicativo da crase diz respeito à fusão da preposição a com o artigo feminino a, desse modo, o sinal grave deve ser usado quando há a presença de ambos os elementos. Desse modo, quando houver a preposição mais o artigo a, como o dos pronomes demonstrativos aquele, aquela e aquilo, deve-se usar o acento grave indicando a junção dos dois “as”, ou seja, a crase. Veja exemplos abaixo:

Fui à Europa no ano passado.

Eu me referia à tela e não ao pintor.

Dediquei àquela mulher todo o meu amor.

Crase e pronomes

Apesar de ser simples, o uso do acento indicativo de crase diante de pronomes causa dúvidas a alguns falantes. No entanto, há regras que nos ajudam a entender melhor a questão da crase em relação com os pronomes. Em primeiro lugar, a crase não aparece diante de pronomes de tratamento. Dizemos “Sua Excelência” e não “A Sua Excelência”, de modo que não há pronome com o qual fundir a preposição. Logo, não há crase antes de pronomes de tratamento, com exceção dos pronomes “senhora” e “senhorita”, que permitem o artigo:

Disse à senhorita que não voltasse mais.

Dirijo-me à senhora com todo respeito.

Além disso, os pronomes pessoais também dispensam a presença da crase, pois não se usa artigo antes das palavras eu, tu, ele, ela, nós, vós, mim etc. Lembre-se que só é preciso usar o acento grave para indicar crase quando houver a presença da preposição com o pronome feminino a.

Por fim, há a questão dos pronomes possessivos. O uso da crase com pronomes possessivos adjetivos (aqueles que acompanham substantivos) é dispensável, mas pode aparecer, caso o falante queira. Desse modo, o uso do sinal indicando a crase é facultativo. Já quando há um pronome substantivo possessivo (aquele que não acompanha substantivo), o uso é obrigatório. Veja exemplos:

Não obedeço à sua mãe / Não obedeço a sua mãe (uso facultativo)

Não obedeço à/a sua mãe, mas à minha. (uso obrigatório)

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