A história do estudante mais velho do mundo

Aos 84 anos, um queniano colocava pela primeira vez os pés em uma escola primária para aprender a ler e escrever

Dizem que a educação é o caminho para a liberdade. O queniano Kimani Maruge Ng’ang’a é a prova disso. Foi com 84 anos que ele colocou pela primeira vez os pés em uma escola primária para aprender a ler e escrever. 

Em um mundo no qual mais de 750 milhões de jovens e adultos integram a triste lista de analfabetismo, e cerca de 58 milhões de crianças se encontram ainda fora da escola primária, Kimani é o símbolo de que a educação gratuita e universal é muito necessária.

O encontro de Maruge com a educação foi possível quando, em 2003, ele ouviu um comunicado do governo sobre um programa que introduziu no país a escolaridade primária gratuita. 

Ele decidiu se matricular e precisou lutar para ter o direito de permanecer em uma escola que estava acostumada a receber apenas crianças. A comunidade local recebeu o ato de coragem com reprovação, preconceito, ataques e deboches. 

Maruge não desistiu. Ele queria aprender a ler e escrever e a sua insistência cativou o coração de uma professora que se dispôs a ensiná-lo. 

A história de Maruge ganhou manchetes mundo afora e fez com que ele entrasse para o Guinness Book como a pessoa mais velha a se matricular no ensino primário. 

O idoso foi convidado anos depois para discursar em Nova York, em um evento das Nações Unidas, sobre o poder da educação e a importância do acesso gratuito para as classes sociais mais pobres.

Em agosto de 2009, o queniano morreu aos 90 anos quando lhe restavam apenas dois anos para completar o ensino primário. Sua jornada precoce na educação foi contada no filme “Uma Lição de Vida” ou “O Aluno” (BBC Films, 2020), que deixamos como sugestão para você se encantar pela história de quem entendeu que ser livre é aprender.

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