Aumento de preços: veja quais produtos podem ser afetados pelo El Niño

Fenômeno natural poderá provocar um inverno atípico no Brasil. Com isso, preços de produtos e serviços podem ser impactados.

Você já ouviu falar no El Niño? Se a resposta for não, está na hora de saber o que é este fenômeno, e entender como este processo pode atingir o Brasil e impactar nos preços de diversos produtos e serviços que o cidadão paga normalmente no dia-a-dia. Segundo analistas, uma série de áreas deverão ser impactadas pelas mudanças.

O El Niño causa uma grande alteração na circulação dos ventos na atmosfera. Este efeito vai causar um impacto na distribuição da umidade, fazendo com que haja também um impacto na distribuição das chuvas e no padrão da temperatura de diferentes regiões.

Parte destes efeitos já estão sendo sentidos neste atual inverno. Com a má distribuição da umidade, é natural imaginar que atualmente há mais calor em praticamente todos os estados do Brasil. A tendência, aliás, é de que o movimento tenha um impacto elevado ainda mais com a chegada da primavera e depois do verão.

Quais áreas poderão ser impactadas pelo El Niño

De acordo com analistas, diversas áreas podem ser impactadas já a partir das próximas semanas. Veja abaixo:

  • Agricultura;
  • Atividade Pesqueira;
  • Bares e restaurantes;
  • Vestuário;
  • Setor elétrico;
  • Segmento farmacêutico;
  • entre outros.

Pãozinho

Com as mudanças na temperatura provocadas pelo El Niño, haverá uma alteração direta na temperatura e no ciclo de chuvas. Este movimento atinge em cheio várias culturas agrícolas que coexistem em várias regiões do país.

Há, por exemplo, a expectativa de um impacto na produção de ração para o gado, que depende da produção da safra do milho e da soja, o que pode ter um impacto no preço da carne.

Também há expectativa de impacto na produção da cana-de-açúcar, e isso pode afetar diretamente os preços dos combustíveis que são consumidos por carros de milhões de brasileiros todos os dias. Analistas indicam ainda que há uma chance de aumento do preço do trigo, o que pode fazer com que o pãozinho se torne mais caro.

Aumento de preços: veja quais produtos podem ser afetados pelo El Niño
Preço do pão pode ser elevado devido aos efeitos do El Niño. Imagem: Arquivo/ Agência Brasil.

Cervejinha

Caso este seja mesmo o El Niño mais forte das últimas décadas, também poderá existir um impacto na produção da safra de cereais. Este processo poderá ter consequências diretas nos preços da cerveja. Em entrevista, o vice-presidente da Associação Brasileira de Bares (Abrasel), Leonel Paim, disse que o mercado já está de olho nesta situação.

“De maneira geral, restaurantes devem usar produtos mais locais, como peixes da Amazônia ou de cativeiro, ou acabar trocando os pratos oferecidos no menu. Precisamos acabar driblando os efeitos nos preços porque o nosso cliente dificilmente aceita que  seja repassado no preço final”, diz o executivo, frisando que os preços do sushi também podem ser elevados.

Conta de luz

O El Niño também poderá impactar a conta de luz que é paga pelos cidadãos todos os meses. Como a expectativa é de que o movimento natural cause mais calor em quase todos os estados do país, é provável que as pessoas usem mais equipamentos elétricos, como o ar-condicionado, por exemplo. Com isso, o boleto poderá se tornar mais caro.

A temperatura também deverá impactar o setor do vestuário. “A chegada tardia ou a passagem mais rápida de uma estação, como os meteorologistas preveem para este inverno com o El Niño, pode fazer com que a coleção de inverno seja comercializada em liquidação”, afirma o diretor-executivo da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTex) Edmundo Lima.

El Niño pode ameaçar vidas

Nesta terça-feira (4), uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu para que os governos de países atingidos pelo El Niño se antecipem e tomem medidas para salvar vidas.

“A chegada do El Niño aumentará consideravelmente a probabilidade de quebrar recordes de temperatura e teremos um calor mais extremo em muitas regiões do mundo e nos oceanos”, alertou Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

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