Estudar português para concurso público parece um pesadelo. São muitas regras que não seguimos no dia a dia, mas precisamos usar na prova para garantir uma aprovação. A língua mostrada na gramática parece pouco natural e impossível de decorar.
No entanto, não há motivo para tanto desespero. Mesmo que português tenha um peso alto na maioria das provas, estudar para essa matéria não é tão difícil quanto se imagina.
Como prova disso, temos aqui 30 exemplos de português para concurso.
1- “Somos” / “Somos em”
Errado: Somos em cinco auditores na empresa. Certo: Somos cinco auditores na empresa. Por quê? Não se deve empregar a preposição “em” nessa expressão.
2- “Entre eu e você” / “Entre mim e você”
Errado: Não há nada entre eu e você, só amizade. Certo: Não há nada entre mim e você, só amizade. Por quê? Eu é pronome pessoal do caso reto e só pode ser usado na função de sujeito, ou seja, antes de um verbo no infinitivo, como no caso: “Não há nada entre eu pagar e você usufruir também.”
3- “A fim” / “Afim”
Errado: Nós viemos afim de discutir o projeto. Certo: Nós viemos a fim de discutir o projeto. Por quê? A locução a fim de indica ideia de finalidade. Afim é um adjetivo e significa semelhança. Ex: Eles têm ideias afins.
4- “Despercebido” / “Desapercebido”
Errado: As mudanças passaram desapercebidas. Certo: As mudanças passaram despercebidas. Por quê? Despercebido significa sem atenção. Desapercebido significa desprovido, desprevenido. Ex: Ele estava totalmente desapercebido de dinheiro.
5- “Tem” / “Têm”
Errado: Eles tem feito o que podem nesta empresa. Certo: Eles têm feito o que podem nesta empresa. Por quê? Tem refere-se à 3ª pessoa do singular do verbo “ter” no Presente do Indicativo. Têm refere-se ao mesmo tempo verbal, porém na 3ª pessoa do plural.
6- “Chegar em” / “Chegar a”
Errado: Os atletas chegaram em Curitiba na noite passada. Certo: Os atletas chegaram a Curitiba na noite passada. Por quê? Verbos de movimento exigem a preposição a.
7- “Prefiro… Do que” / “Prefiro… A”
Errado: Prefiro carne branca do que carne vermelha. Certo: Prefiro carne branca a carne vermelha. Por quê? A regência do verbo preferir é a seguinte: “Preferir algo a alguma outra coisa”.
8- “De mais” / “demais”
Errado: Você trabalha de mais! Certo: Você trabalha demais! Por quê? Demais significa excessivamente; também pode significar “os outros”. De mais opõe-se a “de menos”. Ex: Alguns possuem regalias de mais; outros de menos.
9- “Fim de semana” / “final de semana”
Errado: Bom final de semana! Certo: Bom fim de semana! Por quê? Fim é o contrário de início. Final é o contrário de inicial. Portanto: fim de semana; fim de jogo; parte final.
10- “Existe” / “Existem”
Errado: Existe muitos problemas nesta empresa. Certo: Existem muitos problemas nesta empresa. Por quê? O verbo existir admite plural, diferentemente do verbo haver, que é impessoal.
11- “Assistir o” / “Assistir ao”
Errado: Ele assistiu o filme “A teoria do nada”. Certo: Ele assistiu ao filme “A teoria do nada”. Por quê? O verbo assistir, no sentido de ver, exige a preposição a.
12- “Responder o” / “Responde ao”
Errado: Ele não respondeu o meu e-mail. Certo: Ele não respondeu ao meu e-mail. Por quê? A regência do verbo responder, no sentido de dar a resposta a alguém, é sempre indireta, ou seja, exige a preposição a.
13- “Tão pouco” / “Tampouco”
Errado: Não compareceu ao trabalho, tão pouco justificou sua ausência. Certo: Não compareceu ao trabalho, tampouco justificou sua ausência. Por quê? Tampouco corresponde a “também não”, “nem sequer”. Tão pouco corresponde a “muito pouco”. Ex: “Trabalhamos muito e ganhamos tão pouco”.
14- “A nível de” / “Em nível de”
Errado: A pesquisa será realizada a nível de direção. Certo: A pesquisa será realizada em nível de direção. Por quê? A expressão “Em nível de” deve ser usada quando se refere a “âmbito”. O uso de “a nível de” significa “à mesma altura”. Ex: Estava ao nível do mar.
15- “Chego” / “Chegado”
Errado: O candidato havia chego atrasado para a entrevista. Certo: O candidato havia chegado atrasado para a entrevista. Por quê? Embora alguns verbos tenham dupla forma de particípio (Exs: imprimido/impresso, frito/fritado, acendido/aceso), o único particípio do verbo chegar é chegado. Chego é 1ª pessoa do Presente do Indicativo. Ex: Eu sempre chego cedo.
16- “Meio” / “Meia”
Errado: Ela estava meia nervosa na reunião. Certo: Ela estava meio nervosa na reunião. Por quê? No sentido de “um pouco”, a palavra “meio” é invariável. Como numeral, concorda com o substantivo. Ex: Ele comeu meia maçã.
17- “Viagem” / “Viajem”
Errado: Espero que eles viagem amanhã. Certo: Espero que eles viajem amanhã. Por quê? Viajem é a flexão do verbo “viajar” no Presente do Subjuntivo e no Imperativo. Viagem é substantivo. Ex: Fiz uma linda viagem.
18- “Mal” / “Mau”
Errado: O jogador estava mau posicionado. Certo: O jogador estava mal posicionado. Por quê? Mal opõe-se a bem. Mau opõe-se a bom. Assim: mal-humorado, mal-intencionado, mal-estar, homem mau.
19- “Na medida em que” / “À medida que”
Errado: É melhor comprar à vista à medida em os juros estão altos. Certo: É melhor comprar à vista na medida em que os juros estão altos. Por quê? Na medida em que equivale a “porque”. À medida que estabelece relação de proporção. Ex: O nível dos jogos melhora à medida que o time fica entrosado.
20- “Para mim” / “Para eu” fazer
Errado: Era para mim fazer a apresentação, mas tive de me ausentar. Certo: Era para eu fazer a apresentação, mas tive de me ausentar. Por quê? “Para eu” deve ser usado quando se referir ao sujeito da frase e for seguido de um verbo no infinitivo.
21- “Mas” / “Mais”
Errado: Gostaria de ter viajado, mais tive um imprevisto. Certo: Gostaria de ter viajado, mas tive um imprevisto. Por quê? Mas é conjunção adversativa e significa “porém”. Mais é advérbio de intensidade. Ex: Adicione mais açúcar se quiser.
22- “Perca” / “perda”
Errado: Há muita perca de tempo com banalidades. Certo: Há muita perda de tempo com banalidades. Por quê? Perca é verbo e perda é substantivo. Exs: Não perca as esperanças! Essa perda foi irreparável.
23- “Deu” / “Deram” tantas horas
Errado: Deu dez da noite e ele ainda não chegou. Certo: Deram dez da noite e ele ainda não chegou. Por quê? Os verbos dar, bater e soar concordam com as horas. Porém, se houver sujeito, deve-se fazer a concordância: “O sino bateu dez horas.”
24- “Traz” / “Trás”
Errado: Ele olhou para traz e viu o vulto. Certo: Ele olhou para trás e viu o vulto. Por quê? Trás significa parte posterior. Traz é a conjugação do verbo “trazer” na 3ª pessoa do singular do Presente do Indicativo. Ex: Ela sempre traz os relatórios para a gerência.
25- “Namorar alguém” / “Namorar com alguém”
Errado: Maria namora com Paulo. Certo: Maria namora Paulo. Por quê? A regência do verbo namorar não admite preposição.
26- “Obrigado” / “Obrigada”
Errado: Muito obrigado! – disse a funcionária. Certo: Muito obrigada! – disse a funcionária. Por quê? Homens dizem “obrigado” e mulheres dizem “obrigada”. A flexão também ocorre no plural: “Muito obrigadas! – disseram as garotas ao professor”.
27- “Menos” ou “Menas”
Errado: Os atendentes fizeram menas tarefas hoje. Certo: Os atendentes fizeram menos tarefas hoje. Por quê? “Menas” não existe. Mesmo referindo-se a palavras femininas, use sempre menos. Ex: Havia menos pessoas naquele departamento.
28- “Descriminar” / “Discriminar”
Errado: Os produtos estão descriminados na nota fiscal. Certo: Os produtos estão discriminados na nota fiscal. Por quê? Discriminar significa separar, diferenciar. Descriminar significa absolver, inocentar. Ex: O juiz descriminou o jovem acusado.
29- “Acerca de” / “a cerca de”
Errado: Estavam discutindo a cerca de política. Certo: Estavam discutindo acerca de política. Por quê? Acerca de significa “a respeito de”. A cerca de indica aproximação. Ex: Eu trabalho a cerca de 5 km daqui.
30- “Meio-dia e meio” / “Meio-dia e meia”
Errado: Nesta empresa, o horário de almoço inicia ao meio-dia e meio. Certo: Nesta empresa, o horário de almoço inicia ao meio-dia e meia. Por quê? O correto é meio-dia e meia, pois o numeral fracionário concorda em gênero com a palavra hora.