26% dos servidores federais devem se aposentar até 2022, diz Banco Mundial

Um estudo do Banco Mundial, divulgado nesta quarta-feira (09), apontou que 26% dos servidores federais devem se aposentar até 2022.

Um estudo do Banco Mundial, divulgado nesta quarta-feira (09), apontou que 26% dos servidores federais devem se aposentar até 2022. Além disso, o estudo revelou que os servidores têm, em média, um salário 96% maior que profissionais da iniciativa privada em cargos semelhantes, na mesma área de atuação. Os dados tem como base um levantamento feito em 2017.

“Isso abre uma janela de oportunidade para reformas que afetem os novos quadros e dá a oportunidade para o governo trabalhar tanto a área fiscal como a de gestão de pessoas”, afirmou o especialista sênior para o setor público do Banco Mundial, Daniel Ortega.

De acordo com ele, um movimento similar vai ocorrer nos estados nos próximos anos, principalmente nas áreas de educação e saúde. As recomendações da instituição financeira para uma futura reforma administrativa seguem quatro linhas principais: redução dos salários iniciais aumento do tempo médio até o topo da carreira corte no número de carreiras (atualmente são 300, nos cálculos do banco), o que reduz a transparência, prejudica a produtividade e favorece categorias com maior força de negociação, de acordo com o relatório redução das taxas de reposição dos servidores.

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Servidor federal ganha quase o dobro de trabalhador do setor privado

Segundo informou o Banco Mundial, a diferença no Brasil entre os salários do setor público federal e do privado é a maior dentre os 53 países comparados pela instituição financeira. Além disso, o estudo revelou que a remuneração fica acima da média internacional, de 21%.

Os reajustes salariais acima da inflação dados a servidores, mesmo em períodos de queda da arrecadação, foram o principal motor para o aumento da folha de pagamentos dos funcionários ativos da União e dos estados, nos últimos anos, mostrou o estudo.

Atualmente, o gasto com funcionários ativos é o segundo maior grupo de despesa do governo federal, ficando apenas atrás da Previdência.

“Grande parte da pressão nas contas públicas vem da folha de pagamentos e da Previdência, que caminham juntas. O que é feito em relação à folha acaba tendo repercussão nos inativos”, explicou Daniel Ortega, especialista sênior para o setor público do Banco Mundial.

Já nos estados, o prêmio salarial fica atrás, com 36%. No entanto, mesmo assim ainda fica acima da média dos países pesquisados pelo banco. No âmbito municipal, praticamente não há disparidade entre as remunerações: a diferença salarial do servidor brasileiro é de 19%, de acordo com o levantamento.

O Banco Mundial ainda analisou os microdados da folha de pagamentos do governo federal a partir do Sistema Integrado de Administração de Pessoal (Siape), e mostrou que o número de servidores no Executivo cresceu 10,5% entre 2008 e 2018. Já o salário médio avançou nada menos que 14,1% acima da inflação (com forte expansão até 2010). Com isso, o gasto total com pessoal teve um aumento real de 25,9%.

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