Nesta semana, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) tomou uma decisão sem precedentes ao bloquear aproximadamente R$ 900 milhões em ativos pertencentes aos sócios da empresa 123 Milhas.
É importante destacar que, a companhia aérea havia enfrentado uma série de problemas legais devido ao cancelamento em massa de pacotes de viagens.
Assim, essa questão levou o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) a solicitar esse bloqueio milionário dos bens.
A decisão de bloquear até R$ 50 milhões já havia sido emitida pelo juiz Eduardo Henrique de Oliveira Ramiro, da 15ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte do TJMG, no mês de setembro.
Entretanto, uma nova determinação, publicada em 10 de outubro, ampliou significativamente o limite dos bens a serem bloqueados.
O objetivo é garantir que o bloqueio dos ativos dos sócios da 123 Milhas sirva para assegurar o pagamento de créditos aos consumidores que foram prejudicados pela situação.
Dessa forma, a ação do TJMG representa uma tentativa de proteger os direitos dos consumidores e garantir que sejam devidamente compensados pelos problemas enfrentados com a 123 Milhas.
Enfim, para obter mais informações sobre o caso, convidamos você a ler o texto completo abaixo.
Informações iniciais importantes
No desenrolar de seu depoimento perante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre Pirâmides Financeiras na Câmara dos Deputados, que ocorreu nos primeiros dias de outubro, o sócio da empresa 123 Milhas, Ramiro Madureira, explicitou que a sua organização foi levada à falência devido a um modelo de negócios inadequado.
Madureira enfatizou que a empresa mantinha a crença de que os custos seriam reduzidos à medida que o mercado de viagens se recuperasse após o período da pandemia, no entanto, essa expectativa não se concretizou.
O modelo de negócios da 123 Milhas estava inteiramente dependente de novas aquisições feitas no seu site, contudo, o fluxo de compras foi consideravelmente inferior ao previsto.
Mesmo nas ofertas promocionais, os clientes mostraram preferência por passagens com datas flexíveis. Isso contribuiu significativamente para a situação financeira da empresa, que se deteriorou ao longo do tempo.
Entenda melhor sobre esse caso recente da 123 Milhas
A 123 Milhas, conhecida por oferecer passagens aéreas a preços mais acessíveis, anunciou recentemente a suspensão temporária de seu pacote “Promo”.
Este pacote, que costumava disponibilizar passagens aéreas a preços mais baixos do que os praticados no mercado, não estará disponível para viagens programadas entre setembro e dezembro deste ano.
A empresa justificou essa decisão com base no cenário atual do setor de passagens aéreas. Todavia, não foi fornecido detalhes específicos sobre os motivos por trás dessa suspensão.
Contudo, a 123 Milhas assegurou aos clientes que os bilhetes já emitidos para viagens nesse período permanecerão válidos. Oferecendo assim alguma tranquilidade para aqueles que já planejaram suas viagens.
Para os clientes que compraram passagens aéreas desde o anúncio da suspensão, a 123 Milhas adotou uma política de reembolso.
Esses clientes receberão um voucher, que será acrescido de 150% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), proporcionando um benefício adicional aos passageiros afetados.
A empresa emitiu um comunicado oficial pedindo desculpas pelos inconvenientes causados aos clientes. Além disso, destacou que está trabalhando arduamente para minimizar as consequências dessa situação inesperada.
Como forma de compensação, a 123 Milhas prometeu que os vouchers emitidos poderão ser utilizados para adquirir produtos em seu site.
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O que o Procon recomenda aos consumidores da 123 Minhas?
O Procon divulgou uma série de orientações essenciais para os consumidores que utilizam os serviços da empresa 123 Milhas.
Sendo assim, diante de situações adversas, como problemas com reservas ou condições contratuais, é crucial que os clientes sigam as seguintes recomendações:
- Entre em contato diretamente com a empresa, solicitando esclarecimentos específicos sobre a sua situação e qualquer outra informação relevante que esteja em jogo;
- É altamente recomendável que os consumidores registrem essa comunicação com a empresa. Seja por meio de uma gravação da conversa ou através de uma mensagem de e-mail. Ter um registro documentado das interações pode ser valioso em casos de disputa;
- Caso as medidas propostas pela empresa não sejam satisfatórias para o cliente, é aconselhável que ele registre uma reclamação no Procon de sua cidade ou estado;
- Importante salientar que, mesmo se a oferta de serviços estiver temporariamente suspensa ou houver desacordo contratual, os consumidores que ainda estiverem pagando pelo pacote ou passagem não devem interromper os pagamentos.
Afinal, continuar a cumprir com as obrigações contratuais demonstra boa-fé por parte do consumidor, o que pode ser fundamental em casos de disputa legal futura.
Ademais, para além do Procon, consumidores prejudicados têm à disposição a plataforma consumidor.gov.br, do Ministério da Justiça, onde também podem registrar suas reclamações.
Este é mais um canal que pode ser útil na busca por soluções em casos de insatisfação com os serviços prestados pela 123 Milhas.