Lançado no Brasil em maio de 2021, o WhatsApp Pay alcançou todos os smartphones no Brasil em menos de dois meses, o que gerou até um vídeo promocional com o encontro virtual entre Pelé e Mark Zuckerberg, fundador e CEO do Facebook, dono do aplicativo de mensagens. A ferramenta, que pode só pode ser utilizada entre pessoas físicas, poderá ser um grande auxiliar de empreendedores do mundo online. A afirmação é de Cezar Lima, CEO da agência de marketing digital Stardust.
Sabe-se que o WhatsApp pretende utilizar a nova função para vendas entre pessoas físicas e jurídicas, ou seja, consumidores e lojas, provavelmente utilizando contas comerciais dos perfis do aplicativo. É provável que essa futura funcionalidade seja cobrada com alguma taxa, mas o recurso ainda é gratuito para quem utiliza entre dois CPFs.
Mas, mesmo com taxas, a função tem futuro no Brasil. Ainda segundo Lima, o WhatsApp hoje é a principal forma de relacionamento entre empresa e cliente, o que dá uma grande oportunidade para os empreendedores utilizarem o recurso para realizarem novos negócios. “A partir de agora, qualquer pessoa que tenha o WhatsApp instalado passa a ter um e-commerce nas mãos”, afirma o especialista.
A maior plataforma de e-commerce do mundo?
De acordo com uma pesquisa do Sebrae e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), realizada no final de 2020, 70% das empresas utilizam redes sociais, aplicativos ou a Internet para impulsionar as vendas. Destas, 84% consideram o WhatsApp como a principal ferramenta de vendas. Já entre os usuários brasileiros do aplicativo – que somam cerca de 160 milhões de pessoas – 83% o usam para comprar, de acordo com uma pesquisa da Accenture, também do ano passado.
Outros dados do levantamento da Accenture ainda apontam que 73% das pequenas e médias empresas aumentaram as vendas com WhatsApp. Quase metade das pessoas (49%) utilizam o aplicativo para comprar de vendedores autônomos, enquanto 37% já compraram de estabelecimentos de grande porte. A maioria das vendas são de roupas, produtos de beleza e refeições.
“Se partirmos do pressuposto de que o WhatsApp se tornou uma das principais fontes de atendimento e incluir nesse meio o método de pagamento, podemos dizer que a plataforma tem tudo para se transformar em um dos maiores players de e-commerce do mundo’’, afirma Lima. Segundo ele, o WhatsApp Pay poderá ser um diferencial tanto para trabalhadores autônomos até grandes companhias de serviços ou produtos.
WhatsApp Pay x Pix
Enquanto o Facebook anuncia a chegada do WhatsApp Pay para todos os smartphones brasileiros, o Banco Central do Brasil (BC) já havia apresentado, no dia 17 de junho, um gráfico com as estatísticas de transações em seus meios de pagamentos. As estatísticas mostram que o Pix ultrapassou o boleto em março, quando alcançou 393 mil transações, cerca de 25 mil a mais que o tradicional pagamento. Em maio, as transações por Pix chegaram a 649 mil, bem superior aos outros meios de pagamentos do BC.
Já quando o Banco Central separa os dados por volume financeiro, ou seja, pela quantidade total de dinheiro, a TED ainda mantém a liderança, com o Pix tecnicamente empatado com o boleto. Enquanto a TED chegava a mais de R$ 2,85 milhões em transações só em maio, o Pix e o boleto alcançaram R$ 392 mil e R$ 389 mil, respectivamente.
Ainda não há dados sobre as transações entre empresas (PJ) e consumidores (PF) com o Pix, mas durante o CIAB Febraban 2021, evento que debateu tecnologia para o sistema financeiro realizado semana passada, João Manoel Pinho de Mello, diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC, afirmou que já existem 6 milhões de empresas cadastradas.
Ainda não é possível saber qual vai ser a preferência dos consumidores quando o assunto é WhatsApp Pay e Pix, mas o executivo do BC já diz que a entidade prepara inovações para o serviço, como parcelamento, transações offline e pagamentos internacionais. Para ele, isso deve aumentar ainda mais a adoção do Pix.
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