Após um breve período de otimismo, o pessimismo voltou à tona na economia brasileira. A reação econômica havia sido esboçada ainda em 2021, em meio ao avanço da vacinação contra a Covid-19. Porém, mais uma vez as empresas e os consumidores estão com pouca confiança na evolução econômica do país e isso pode acabar afetando o PIB do Brasil.
Isso acaba colocando em dúvidas a produção do país, o consumo de mercadorias e expõe que o desemprego deverá continuar na casa dos dígitos nos próximos anos, o que poderia representar um novo período de recessão econômica e queda do PIB. De acordo com dados que foram publicados pela Fundação Getúlio Vargas, os índices de confiança sobretudo dos empresários estão caindo.
Índice de Confiança Empresarial já caiu mais de 10 pontos em janeiro
O Índice de Confiança Empresarial acabou recuando de 101,6 pontos em julho do ano passado para 91,6 pontos em janeiro deste ano, o que acaba colocando em evidência a falta de confiança dos empreendedores no país em um ano que deverá marcar eleições conturbadas, inclusive para o PIB.
Esse indicador funciona como uma síntese de visão dos empresários sobre os diferentes setores, sobre a situação atual e sobre o que é esperado para o futuro da economia brasileira. Sempre que o indicador ficar acima dos 100 pontos, isso mostra que os níveis de confiança na evolução da economia estão positivos.
Esta avaliação negativa também pode ser notada em alguns índices de confiança mais específicos, que abrange desde indústria, serviços, construção civil e comércio. E esse pessimismo acaba sendo ainda maior entre os consumidores, pois o índice da FGV mostrou uma queda de 82,2 pontos para 74 pontos em janeiro deste ano.
Com falta de confiança, consumismo deverá ser menor ainda em 2022
Quando não existe confiança, a probabilidade é de que os investimentos por parte dos empresários acabem sendo reduzidos nos próximos meses. No momento em que o empresário passa a deixar de acreditar que a economia está no caminho certo, ele tende a diminuir os seus recursos de investimento e essa baixa confiança acaba refletindo em um PIB com menor projeção.
E do lado do consumidor esse pessimismo parece que é ainda maior. Os trabalhadores começam a temer pela possibilidade de poderem manter o seu emprego, pois as empresas sempre vão pensar em repassar os preços contando um lucro acima da inflação, por mais baixo que seja.
Efeitos diretos sobre o PIB
Esse pessimismo somado entre os empresários e consumidores está ligado aos seguidos avanços que o Banco Central está promovendo na taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia. Para conter a inflação, que fechou 2021 acima dos 10%, o BC começou desde março a elevar a taxa Selic, que hoje já se aproxima dos 10%.
E na prática, com uma taxa Selic mais alta os custos das empresas e o acesso das famílias a empréstimos acaba ficando ainda mais escasso. Uma das consequência inevitável é o pessimismo entre empresários e consumidores.