Com a volta às aulas em São Paulo pré-estabelecida para dia 8 de setembro, membros do governo estadual têm sido cobrados por uma posição mais clara para a população.
David Uip, médico infectologista e membro do Centro de Contingência do Coronavírus do estado de São Paulo, participou de um painel da Educa Week e falou sobre as medidas em tempos de pandemia.
Ao mesmo tempo em que defendeu o uso de protocolos de higiene e biossegurança para o retorno das atividades escolares, alertou que não há como eliminar possibilidades de contágio.
Segundo o médico, não existe “risco zero” de infecção pelo vírus.“Não é possível que, em uma escola com colaboradores e alunos, eles não se infectarão. Temos que ver isso com muito zelo”, colocou Uip durante o diálogo.
Critérios para retorno das aulas é científico, segundo médico
David Uip, em tentativa de justificar o retorno das aulas enquanto não há previsão de baixa nos números de contaminados e mortos por Covid-19, garantiu que tudo está sendo baseado na ciência e em dados.
Segundo ele, os especialistas componentes do Centro de Contingência do Coronavírus, tem abastado o governo estadual com estudos para tomar as melhores decisões.
“Seguramente, estamos lidando com 18 dos melhores epidemiologistas e infectologistas do Brasil. Este subsídio é absolutamente criterioso e científico”, ponderou o infectologista, que já esteve entre os contaminados de coronavírus, mas se recuperou.
“Estamos absolutamente conscientes da responsabilidade. Nos baseamos na ciência, na pesquisa e no avanço científico”, afirmou.
Data da abertura de escolas é incerta
Apesar de 8 de setembro estar na previsão do governo do estado de SP, o plano deve se concretizar somente se todas as regiões do estado ficarem na fase amarela (3) do Plano São Paulo, por pelo menos 28 dias. Esse retorno seria de 35% dos alunos totais das escolas.
Ainda que responsáveis pelos estudantes estejam preocupados com essa volta das aulas já em 2020 – 40% dos pais só acreditam no retorno em 2021 – David Uip crê que essa medida é “extremamente necessária”.
Entretanto, para o médico, trata-se do “maior” desafio a ser enfrentado pelo estado na pandemia do coronavírus. “Para que isso ocorra de forma segura, precisamos ter estabilidade nas curvas. Hoje, no estado de São Paulo, a curva está se estabilizando; e, como previsto, a doença se interiorizou“, disse.