Você já imaginou trocar alguns centavos por centenas de reais? Isso parece algo improvável, até porque não ninguém deve aceitar essa proposta. No entanto, essa transação é muito capaz de acontecer com os numismatas, que buscam moedas raras no país.
A saber, o termo numismática se refere aos atos de estudar, pesquisar e se especializar em cédulas, moedas e medalhas sob o ponto de vista histórico, artístico e econômico. O nome também designa o ato de colecionar esses itens.
Nos últimos tempos, o número de numismatas cresceu significativamente no Brasil, principalmente após a realização das Olimpíadas no Rio de Janeiro. Em 2016, a capital fluminense sediou o evento esportivo mundial, que ficou marcado pela fabricação exclusiva de 17 moedas de 1 real.
À época, houve uma verdadeira corrida em busca dos itens, e muitas pessoas desejavam completar sua coleção. Hoje em dia, mesmo após oito anos das Olimpíadas, ainda é possível encontrar pessoas dispostas a pagarem verdadeiras fortunas por estas peças.
Em resumo, isso acontece porque os colecionadores buscam moedas raras, que tenham alguma peculiaridade. Aliás, as principais características procuradas pelos numismatas são:
- Antiguidade;
- Erro de cunhagem;
- Fabricação para datas ou eventos comemorativos;
- Poucas unidades em circulação no país;
- Tiragem limitada.
Como a produção das moedas das Olimpíadas ocorreu apenas naquele período, sua aquisição se tornou muito complicada, e é justamente isso que atrai os colecionadores.
Entretanto, outras peculiaridades também chamam a atenção dos numismatas, e foi isso o que aconteceu com três moedas de 10 centavos, que não foram fabricadas para uma data especial, mas que se valorizaram devido à sua antiguidade e à tiragem limitada.
Três moedas de 10 CENTAVOS valem mais de R$ 800
Nos últimos tempos, três moedas de 10 centavos passaram a mexer com o imaginário dos colecionadores. Os modelos foram fabricados há mais de duas décadas, nos anos de 1998, 1999 e 2000, figurando como as primeiras moedas da 2ª família do real.
As peças estão sendo procuradas devido à dificuldade de encontrá-las devido à antiguidade e à baixa tiragem. Aliás, confira abaixo a quantidade de moedas de 10 centavos fabricadas pela Casa da Moeda entre 1998 e 2000:
- 1998: 141,5 milhões;
- 1999: 9,62 milhões;
- 2000: 26,9 milhões.
Em síntese, as menores tiragens anuais do modelo são as de 1999 e 2000. A quantidade dos outros anos superou a marca de 100 milhões, assim como ocorreu em 1998. Isso mostra que é muito difícil encontrar esses itens, até porque a Casa da Moeda produziu bilhões de outras moedas de 10 centavos desde 2001.
De acordo com o Catálogo Amigo, cada um destes modelos pode ser vendido por valores específicos. Quanto menor a tiragem dos exemplares, maior tende a ser o seu valor, uma vez que é mais difícil encontrar os itens. Aliás, o estado de conservação dos itens também influencia o seu valor. Saiba mais sobre o tema abaixo.
Estado de conservação influencia valor das moedas
As moedas recebem algumas classificações quanto ao seu estado de conservação. O primeiro termo se chama flor de cunho (FC), que se refere aos exemplares que não circularam, ou seja, não apresentam qualquer sinal de desgaste ou manuseio. Em outras palavras, são moedas que não possuem marcas e estão em perfeito estado de conservação.
Por sua vez, o estado de soberba (SOB) se refere às moedas que apresentam, aproximadamente, 90% dos detalhes da cunhagem original. Em síntese, os exemplares que tiveram uma pequena circulação se enquadram neste segmento.
Já a moeda muito bem conservada (MBC) se caracteriza por ter mais sinais de manuseio e uso. Os itens devem apresentar, aproximadamente, 70% dos detalhes da cunhagem original. Além disso, o seu nível de desgaste deve ser homogêneo, sem ter um local bem mais desgastado que outro.
Segundo especialistas, as pessoas devem manter as moedas armazenadas em saquinhos plásticos ou papel filme e não devem manuseá-las com as mãos nuas. O mais indicado é utilizar luvas para que não haja desgaste do material, pois as moedas que mantêm suas formas originais costumam valer bem mais que os modelos gastos.
Veja como vender os itens
Os interessados em vender seus exemplares podem conseguir isso através de diversas maneiras. Confira abaixo as principais formas de vender moedas raras para colecionadores.
- Entrar em grupos de colecionadores em redes sociais, como o Facebook;
- Acessar lojas especializadas na compra e na venda de moedas raras, tanto físicas quanto online;
- Participar de leilões, principalmente de itens que tenham alto valor;
- Buscar plataformas online como Mercado Livre e Shopee, pois possuem muitos usuários interessados em colecionar estes itens.
Por fim, as pessoas devem aumentar o conhecimento no tema e ganhar experiência no mercado para conseguirem preços justos. Cabe salientar que os leilões oferecem um ambiente competitivo, aumentando as chances de venda das moedas a preços mais elevados.