O Brasil registrou 36,8 milhões de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado no trimestre móvel de novembro de 2022 a janeiro de 2023. Esses dados excluem os trabalhadores domésticos, cujos números também foram pesquisados.
Em resumo, o número se manteve estável em relação ao trimestre móvel anterior. Já na comparação com o trimestre móvel encerrado em janeiro de 2022, houve um crescimento de 6,5% (acréscimo de 2,3 milhões de pessoas).
Embora o percentual de trabalhadores com carteira assinada não tenha aumentado na base trimestral, os números seguem positivos. Isso porque a estabilidade da taxa sinaliza que não houve redução na quantidade de empregados formais no país.
Vale destacar que a pandemia da covid-19 derrubou os números em 2020, e o mercado de trabalho ainda se recuperava em 2021. Por isso que houve um crescimento expressivo do número de trabalhadores formais na comparação anual, mas estabilidade na base trimestral.
Empregados sem carteira assinada
Da mesma forma, o número de empregados sem carteira de trabalho assinada se manteve estável em relação ao trimestre móvel anterior.
No período, o Brasil somou 13,1 milhões de pessoas com uma ocupação informal. Em síntese, esse nível é bastante elevado, mas fica abaixo dos 13,4 milhões observados no trimestre móvel de agosto a outubro de 2022, maior número já registrado na série histórica, que teve início em 2012
Já na comparação com o trimestre móvel de novembro de 2021 a janeiro de 2022 houve um crescimento de 5,9% (acréscimo de 725 mil de pessoas). Apesar do crescimento expressivo, vale destacar a perda de ritmo, com um número menor de pessoas passaram a fazer parte do grupo de trabalhadores informais do país.
A propósito, os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta sexta-feira (17).
Trabalhadores por conta própria e domésticos
Além disso, o IBGE informou havia 25,3 milhões de trabalhadores por conta própria no país no trimestre móvel encerrado em janeiro deste ano. Esse valor ficou estável tanto na comparação trimestral quanto na anual.
O IBGE ainda revelou que o número de trabalhadores domésticos chegou a 5,9 milhões no período. A taxa se manteve estável em relação ao trimestre anterior, mas cresceu 4,5% em relação ao trimestre móvel encerrado em novembro de 2021 (acréscimo de 255 mil pessoas).
Nesta sexta-feira, o IBGE reportou que a taxa de desemprego no Brasil se manteve estável no trimestre móvel encerrado em janeiro de 2023, em 8,4%. O número é o menor para este período desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015 (6,9%) e reflete a recuperação do mercado de trabalho brasileiro.
Além desse dado positivo, a PNAD Contínua também mostrou que o rendimento real habitual do trabalhador cresceu 7,7% em um ano, para R$ 2.835. Em números reais, o trabalhador passou a receber R$ 202 a mais no país, visto que o rendimento médio era de R$ 2.632 um ano atrás.
Veja os setores que mais geraram empregos
O levantamento ainda informou quais setores geraram mais empregos no trimestre móvel de novembro de 2022 a janeiro de 2023. Em resumo, apenas um dos dez grupamentos pesquisados fechou o trimestre móvel com saldo positivo, na comparação com o trimestre móvel anterior: alojamento e alimentação (3,0% ou mais 156 mil pessoas).
Em contrapartida, dois grupamentos fecharam vagas formais no período, na comparação trimestral: agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-3,1% ou menos 272 mil pessoas) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-1,9% ou menos 342 mil pessoas).
“Além dessas principais, houve variações negativas em outras atividades, embora não estatisticamente significativas, que apontam para uma perda de número de trabalhadores no início do ano, na virada do 4º trimestre de 2022 para o início de 2023″, explicou Adriana Beringuy, coordenadora da Pnad Contínua.
De acordo com o IBGE, os outros sete grupamentos não tiveram variações significativas em relação ao trimestre móvel de agosto a outubro de 2022. Aliás, os grupamentos são:
- Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas;
- Construção;
- Indústria geral;
- Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas;
- Outros serviços;
- Serviços domésticos;
- Transporte, armazenagem e correio.
Seis grupos criam vagas no comparativo anual
Embora o resultado trimestral tenha indicado estabilidade entre a maioria dos grupamentos pesquisados, não foi isso o que aconteceu na base anual. A saber, seis dos dez grupamentos registraram aumento na criação de vagas.
Veja abaixo os números de empregos criados nos últimos 12 meses até novembro:
- Administração pública (+876 mil);
- Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (+637 mil);
- Informação, comunicação e afins (+544 mil);
- Transportes, armazenagem e correio (+481 mil);
- Outros serviços (+430 mil);
- Serviços domésticos (+249 mil).
Por outro lado, o grupamento de agricultura, pecuária e afins registrou o fechamento de 398 mil postos de trabalho no período. Já os grupamentos de alojamento e alimentação, construção e indústria não tiveram variações significativas em um ano.