O Pix é um sistema de transferências instantâneas, criado pelo Banco Central do Brasil em 2020. A ferramenta se tornou muito popular ao longo dos últimos anos, sendo utilizada por grande parte da população. No entanto, os criminosos estão constantemente criando golpes que envolvem o sistema de pagamentos, buscando enganar vítimas e obter dinheiro.
Nesse sentido, um novo vírus de celular que consegue desviar o dinheiro do Pix e “zerar” a conta dos usuários surgiu no Brasil. A detecção deste tipo de vírus ocorreu em dezembro do ano passado, e sua utilização vem crescendo bastante. Segundo a empresa de cibersegurança Kaspersky, essa já é a segunda fraude mais registrada em toda a América Latina. As informações são do jornal Folha de São Paulo.
Neste tipo de fraude do Pix, o vírus instalado no celular da vítima consegue alterar o valor e o destinatário da transferência instantânea. Sendo assim, quando o usuário vai realizar um pagamento, acaba perdendo todo o dinheiro disponível na conta, pois o vírus consegue acessar a etapa anterior à solicitação da senha.
Como saber se meu celular está infectado?
Existem alguns indícios que permitem a detecção deste tipo de vírus no celular. Entre eles, pode ser citada uma tremedeira na tela do dispositivo, e lentidão para carregar certas operações. Em um único golpe do Pix, os criminosos conseguem obter até 95% dos valores disponíveis na conta da vítima.
Para conseguir infectar os celulares com este vírus, os criminosos utilizam aplicativos falsos e notificações. Muitas vezes, é gerado um anúncio de atualização do Whatsapp, que, na verdade, redireciona a vítima para um aplicativo clone, que infecta com o vírus. O programa em questão se chama “Atualização Whats App v2.5”, e uma vez baixado, compromete todo o sistema.
De acordo com a Kaspersky, este aplicativo já foi retirado do ar na Google Play. Um vírus do Pix que ataca aparelhos da Apple (iPhone) também existe, porém, é muito menos comum. Segundo o Google, a segurança da Google Play é uma prioridade. “Nossos usuários são protegidos pelo Google Play Protect, que identifica comportamentos nocivos nos apps e dispositivos Android e alerta os usuários”, informou a empresa.
Como se proteger do vírus do Pix
A Kaspersky recomenda aos usuários que, para evitar este tipo de fraude do Pix, deve-se suspeitar de notificações estranhas, principalmente se a notificação pedir “acesso às opções de acessibilidade”.
“Essa permissão dá amplo acesso às funcionalidades do smartphone e só é necessária para quem precisa de algum auxílio do aparelho para usar aplicativos, que devem ser selecionados criteriosamente”, afirmou a empresa.
Os criminosos preferem utilizar o Pix neste tipo de fraude devido ao fato das transações serem instantâneas. Com isso, após o golpe é possível dispersar o dinheiro entre várias contas rapidamente, fazendo com que algum tipo de rastreio seja quase impossível.
Outros golpes do Pix
Além dessa fraude que envolve o vírus de celular, muitos outros golpes do Pix existem no Brasil. Um desses golpes é o chamado “Golpe do robô do Pix”, no qual os criminosos enganam as vítimas mais desatentas através de retornos financeiros rápidos.
Para isso, eles se utilizam de uma técnica chamada de engenharia social, que consiste em entrar em contato com as vítimas através de mensagens ou anúncios em redes sociais. Sendo assim, os golpistas oferecem oportunidades de investimento com retornos absurdos, requisitando um Pix para conta desconhecida.
Os criminosos enganam as vítimas dizendo que esse dinheiro inicial enviado através do Pix funciona como caução, e que será devolvido após o início das transações. É criada uma atmosfera de pressão, e a promessa de ganhos fáceis faz com que as pessoas acabem caindo no golpe do Pix. Após conseguir certa quantia de dinheiro, os golpistas cortam contato e desaparecem.