O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou nesta quarta-feira (14/06), alguns dados relacionados às vendas do comércio no país no mês de abril. Houve uma ligeira alta de 0,1% em relação ao mês anterior. Todavia, o primeiro trimestre do ano foi o melhor período nos últimos cinco anos para o setor.
Estima-se que esse crescimento tenha sido uma consequência da alta de 3,2% na aquisição de produtos oriundos do segmento de varejo, de hiper, supermercados. São, em boa parte, itens alimentícios, bebidas e cigarros comercializados. Ademais, esse índice é o maior já contabilizado desde março do ano de 2020, quando houve uma alta de 10,5%.
Segundo o gerente responsável pelo levantamento do IBGE, Cristiano Santos, o maior desenvolvimento do setor de comércio se deve principalmente ao período de páscoa. Ele afirma que antes da pandemia de covid-19 essas vendas apresentavam um bom resultado no mês de abril e que durante o lockdown houve uma antecipação da compra desse tipo de produto.
De fato, Cristiano Santos diz que as pessoas nesse momento, passaram a comprar seus ovos de páscoa já em janeiro, e que até o mês de abril a negociação dos produtos acabou sendo diluída. Neste ano, para ele, a situação voltou ao normal, com o abrandamento do lockdown, com os consumidores indo às compras no mês de abril, que acabou apresentando uma maior alta.
Alta no comércio em abril
Não foi apenas o segmento dos supermercados que teve uma alta em abril. Entre as oito atividades analisadas pelo IBGE, duas se destacaram durante o período pesquisado. São os livros, jornais, revistas e papelaria, que apresentou um crescimento de 1% e os artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com 0,3%.
Vale destacar que esse é o quarto mês seguido que o setor do comércio não apresenta um índice negativo. No ano, o varejo no país está com uma alta de 1,9%, o mesmo crescimento do segundo bimestre de 2023. Aliás, essas informações foram apresentadas pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE.
No entanto, cinco segmentos do setor de comércio apresentaram números negativos no mês de abril de 2023. Os setores de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação tiveram uma queda expressiva, de 7,2%. Desse modo, tecidos, vestuários e calçados tiveram um recuo no mês de abril, de cerca de 3,7%.
Para Santos, esse índice negativo, que influenciou negativamente o indicador, se deve ao fato de que esse segmento tem tido um recuo já há muito tempo. Ele diz que “desde setembro o cenário é negativo, com exceção de janeiro (27,3%), quando grandes redes fizeram promoções, após as vendas no Natal e na Black Friday”.
Queda nas vendas
Dessa maneira, o pesquisador do IBGE afirma que essa alteração nas atividades do comércio vem de uma alteração no consumo em parte causada pela pandemia. Para ele as pessoas se deslocaram menos, e acabaram adquirindo um número menor de produtos como roupas e calçados, o que impactou nas redes varejistas.
Sendo assim, Santos diz que a pandemia da covid-19 acabou influenciando todo o setor, com inúmeras companhias, algumas de grande porte, fechando as suas portas em todo o país. Como houveram vários índices negativos neste período, o setor do comércio de tecidos, vestuários e calçados não se recuperou.
O segmento não retornou ao patamar anterior à pandemia, abaixo do índice registrado no mês de fevereiro de 2020. Após esse período, com as restrições e o lockdown que o governo estabeleceu para conter o avanço do coronavírus para a população brasileira, o setor do comércio passou então por grandes perdas.
Conclusão
Em relação ao segmento de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, a queda registrada de 7,2% se dá após um período de crescimento de 6,3% no mês anterior. Vale ressaltar que em fevereiro houve um recuo expressivo de 9,7%. Santos afirma que essa variação se deve a cotação do dólar.
Em conclusão, outras atividades que apresentaram um índice negativo no mês de abril deste ano, foram combustíveis e lubrificantes com 1,9%, outros artigos de uso pessoal e doméstico, com 1,4%, e móveis e eletrodomésticos, com um recuo de 0,5%. A pesquisa do IBGE aponta que o setor do comércio ainda tem muito a se recuperar.