A cesta básica ficou mais cara em 11 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em janeiro. E os maiores avanços vieram das capitais nordestinas, que ocuparam as primeiras posições no ranking nacional.
Aliás, veja abaixo as 11 capitais cujos preços subiram no mês passado:
Por outro lado, o valor da cesta básica caiu nas outras seis capitais pesquisadas:
Embora as capitais nordestinas tenham registrado os maiores avanços em janeiro, elas ficaram nas últimas posições no ranking nacional, com as cestas básicas mais baratas do país. E isso foi muito positivo para a população destes locais, que conseguiu pagar mais barato para adquirir alimentos básicos no mês passado.
Em contrapartida, os locais que registraram queda em janeiro foram justamente aqueles que têm as cestas básicas mais caras do país. E nem mesmo os recuos retiraram essas capitais das primeiras posições da lista nacional.
De acordo com o levantamento do Dieese, a cesta básica de São Paulo foi a mais cara do país em janeiro. Na verdade, a capital paulista assumiu essa posição na maioria dos últimos meses. Em outras palavras, quem reside na capital paulista precisa pagar mais caro para adquirir alimentos básicos.
Em resumo, a população paulistana precisou gastar R$ 790,57 para comprar uma cesta básica em janeiro. A título de comparação, a segunda cesta mais cara do país foi a do Rio de Janeiro, que custou R$ 770,19 no mês passado. E essa diferença só não foi maior graças às variações registradas no mês, de alta no Rio e de queda em São Paulo.
No acumulado dos últimos 12 meses até janeiro, a cesta de São Paulo ficou 10,75% mais cara no país. Apesar do forte avanço, outras dez capitais registraram altas ainda mais expressivas, com destaque para Belém (+16,11%), Goiânia (+13,72%), Natal (+12,90%), Campo Grande (+12,57%) e Porto Alegre (+12,53%).
Por sua vez, os menores avanços nacionais foram observados em Vitória (+7,19%), Curitiba (+9,21%), Aracaju (+9,35%) e Florianópolis (+9,35%). Isso mostra que os preços das cestas básicas subiram em todas as 17 capitais pesquisadas no período.
O Dieese revelou que seis dos 13 produtos pesquisados ficaram mais caros em São Paulo no mês passado. Veja abaixo quais tiveram alta em seus valores:
Em suma, a batata é pesquisada em dez cidades da região Centro-Sul, e, em janeiro, o tubérculo ficou mais caro em quase todos os locais. Isso vem acontecendo desde o ano passado devido a problemas climáticos, que afetam o plantio e a colheita da batata.
Já o arroz agulhinha, que teve a segunda maior alta mensal, ficou mais caro em todos os 17 locais pesquisados em janeiro. Segundo o Dieese, os preços subiram devido ao “maior volume de exportação, estimulada pelo câmbio”, e ao crescimento da demanda, ao mesmo tempo em que a oferta interna ficou reduzida.
Outro item muito importante na alimentação da população do país é o feijão. E, seguindo a mesma trajetória da batata e do arroz, pesou mais no bolso dos brasileiros em janeiro.
Em síntese, “as altas cotações do feijão podem ser explicadas pelo aumento do preço dos fertilizantes e menor oferta da leguminosa, consequência da redução da área plantada e do clima desfavorável”, segundo o Dieese.
Por outro lado, seis produtos pesquisados pelo Dieese ficaram mais baratos em São Paulo no mês passado. Aliás, os recuos conseguiram impedir a alta no valor da cesta básica da cidade de São Paulo, que caiu 0,09% em relação a dezembro.
Confira os produtos cujos preços caíram em janeiro:
A única exceção foi o óleo de soja, que não apresentou variação em seu preço.
Apesar de as variações terem ficado bem equilibradas no mês passado, isso não aconteceu no acumulado dos últimos 12 meses. A saber, 11 dos 13 produtos pesquisados ficaram mais caros no período. As únicas exceções foram açúcar refinado (-3,10%) e carne bovina de primeira (-1,53%).
Entre os avanços, os mais expressivos vieram de: batata (+63,37%), farinha de trigo (+38,55%), feijão carioquinha (+31,58%), leite integral (+29,56%), manteiga (+19,25%), pão francês (+17,21%), arroz agulhinha (+15,59%), café em pó (+12,48%) e banana (+10,91%).
Assim, as menores variações foram registradas por tomate (+3,43%) e óleo de soja (+1,60%).