Sem apresentar evidências, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o alto índice de desemprego no Brasil se deve a falta de preparação das pessoas que não sabem para fazer “quase nada”. De acordo com a UOL, a declaração foi dada nesta terça-feira (05) em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada.
“Então, é um país difícil de trabalhar, quando fala em desemprego, é alto por vários motivos. A formação do brasileiro, uma parte considerável não está preparada para fazer quase nada”, declarou Bolsonaro aos apoiadores.
O presidente também afirmou que antes da reforma trabalhista o Brasil tinha mais ações neste ramo que o mundo inteiro, defendendo novamente o empregador. Mais uma vez, dados numéricos não foram apresentados para validar as informações.
“Vá ser patrão num país desses! Pessoal fala muito em empregado, vai ser patrão! Ser patrão é uma desgraça”, declarou Bolsonaro.
Bolsonaro chegou no Palácio da Alvorada no fim da tarde de ontem ao lado do Ministro José Levi (Advocacia-Geral da União). Este foi o primeiro evento oficial do ano do presidente. Sua agenda não registrou nada nos últimos 17 dias.
Em Brasília, o presidente está desde a segunda-feira (04), quando retornou do recesso nos litorais de Santa Catarina e São Paulo.
Em conversa com apoiadores Bolsonaro descartou novamente a possibilidade de prorrogação do Auxílio Emergencial. De acordo com ele, não haveria tais recursos para isso.
A declaração do chefe máximo do estado foi dada em um cenário de fechamento de postos de trabalho devido a pandemia do Covid-19.
O desemprego no Brasil teve alta nos dois primeiros trimestre do ano, registrando queda apenas no semestre encerrado em outubro, de acordo com os últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mesmo assim os dados não são animadores, no total há 14,1 milhões de pessoas desempregadas no Brasil. Ainda o número de pessoas ocupadas está menor se comparado o mesmo período do ano passado.
No total o índice de desemprego, saiu de 14,6% para 14,3% no último trimestre encerrado em outubro, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (Pnad Contínua).
“Esse cenário pode estar relacionado a uma recomposição, ao retorno das pessoas que estavam em afastamento”, afirmou ao G1, a analista da pesquisa do IBGE, Adriana Beringuy.