Milhões de pessoas sofrem com contas e dívidas atrasadas em todo o mundo. No Brasil, a situação é a mesma e nem todos os consumidores conseguem honrar os seus compromissos financeiros. Como consequência, passam a sofrer com a restrição ao crédito.
Em resumo, as empresas de proteção ao crédito alertam o mercado sobre o status dos consumidores, informando se são maus pagadores. Por isso, quando a pessoa fica com o “nome sujo”, enfrenta muitas dificuldades para contratar crédito.
Aliás, não é difícil conhecer alguém que já falou “Estou no SPC”, “Meu nome tá sujo” ou “Devo, não nego. Pago quando puder”. Essas falas geralmente acontecem em tom de brincadeira, mas as consequências de um CPF negativado não são nem um pouco engraçadas.
De acordo com o levantamento mais recente da Serasa Experian, o Brasil tinha 71,45 milhões de pessoas inadimplentes em junho deste ano. O número de pessoas com dívidas ou contas atrasadas caiu em relação a maio, quando havia 71,90 milhões de pessoas nessa situação. Contudo, o cenário ainda é muito preocupante no Brasil.
Em suma, quanto maior o número de indivíduos inadimplentes, menores as chances de crescimento do consumo das famílias e, consequentemente, da economia brasileira. Por isso que o governo federal realiza mutirões para renegociação de dívidas, visando o fortalecimento do consumo no país.
Nos últimos meses, a população brasileira também viu de perto as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Banco Central (BC). Segundo Lula, a manutenção dos juros em um patamar muito elevado era prejudicial para os brasileiros, pois limitava o poder de compra da população e impedia o crescimento da atividade econômica do país.
A saber, a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, está em 13,75% ao ano. Esse é o maior patamar desde novembro de 2016 (14,00% ao ano), ou seja, o país não tinha juros tão altos há mais de seis anos. Inclusive, a taxa Selic está nesse nível desde agosto do ano passado, e o BC vem mantendo-a no mesmo patamar há quase um ano.
Na prática, a Selic é o principal instrumento do BC para conter o avanço da inflação no Brasil. Como a taxa inflacionária estava muito elevada nos últimos anos, principalmente por causa da pandemia da covid-19, os juros acabaram disparando no país.
Para quem não sabe, os juros elevados reduzem o poder de compra da população, pois o crédito fica mais caro. Assim, as pessoas passam a reduzir o consumo, o que ajuda a controlar a inflação, mas a economia acaba sofrendo estagnação.
De todo modo, a expectativa é que o BC inicie o corte da taxa Selic já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da BC, que acontecerá no início de agosto. Por isso, muitas pessoas que estão inadimplentes vêm tentando regularizar o CPF para conseguirem contratar crédito.
Em primeiro lugar, vale destacar que os brasileiros que atrasam alguma conta correm o risco de ter o nome incluído em cadastros de mau pagadores. Aliás, a empresa que não recebeu o pagamento do consumidor tem o direito de pedir a inclusão do nome da pessoa na lista de inadimplentes a partir do primeiro dia de atraso.
Caso você tenha dúvidas sobre isso, basta acessar o Portal do Consumidor do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). As pessoas que já têm cadastro, só precisarão acessar o portal para consultarem a situação do CPF e o score de crédito, entre outros serviços oferecidos.
Contudo, quem ainda não tem cadastro no portão, deverá informar os seguintes dados para realizar o cadastro:
Após isso, a pessoa receberá um e-mail para confirmação do cadastro. Ao clicar no link, a pessoa será redirecionada a outra página para criar uma senha de acesso. Em seguida, deverá baixar o aplicativo Google Authenticator para ler o código de barras gerado pelo Portal do Consumidor. Por fim, o consumidor terá que digitar o token gerado para acessar o portal.
Nem todo mundo sabe a diferença entre SPC e Serasa, mas se engana quem pensa que é a mesma coisa. Em resumo, o SPC possui um abrangência menor, com bases de dados municipais. Por sua vez, o Serasa tem uma base de dados nacional.
Ambas as empresas ofereçam serviços de análise de crédito, mas há outra grande diferença entre elas, além da abrangência geográfica. Enquanto o SPC é mantido por associações comerciais e câmaras de dirigentes lojistas, o Serasa é uma empresa privada.
Seja como for, quando as pessoas têm o nome incluído no SPC ou na Serasa, acabam enfrentando diversos desafios, até mesmo para fazerem coisas simples. Isso porque o mercado passa a ver o consumidor como uma pessoa inadimplente, e ninguém quer fazer acordos comerciais com estas pessoas.