A cesta básica ficou mais cara na maioria dos locais pesquisados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em novembro, após meses de queda. Significa que os brasileiros tiveram que gastar um pouco mais para comprar alimentos no mês passado, pelo menos em boa parte do país.
De acordo com o Dieese, os preços da cesta básica subiram em nove locais. O maior avanço foi registrado em Brasília (3,06%), seguida por Goiânia (1,97%) e Belo Horizonte (1,91%). Os demais avanços oscilaram entre 0,04% e 1,25%.
No mês passado, sete locais registraram queda nos preços da cesta básica. Em suma, os recuos se concentraram na região Nordeste, e todas as seis capitais da região pesquisadas apresentaram queda nos valores da cesta básica, com destaque para Natal (-2,55%) e Salvador (-2,17%). Em novembro, o preço também caiu em Campo Grande (-1,20%).
Qual capital teve a cesta básica mais cara em novembro?
Nos seis primeiros meses de 2023, São Paulo teve a cesta mais cara do Brasil. Isso mudou em julho, com Porto Alegre assumindo a posição e apresentando o maior valor do país até outubro. Nesse período, a capital gaúcha perdeu a liderança apenas em setembro, para Florianópolis.
Agora, em novembro, as três capitais com as cestas mais caras do país tiveram valores bastante próximos. Isso sinaliza que qualquer uma delas poderá assumir a liderança nacional em dezembro.
Seja como for, em novembro, a cesta básica de São Paulo foi a mais cara do Brasil, voltando a liderança após quatro meses. A capital paulista segue com o saldo mais elevado do ano, já que apresentou o maior valor em sete meses de 2023. Porto Alegre ocupou a posição por três meses, enquanto Florianópolis só fez isso em setembro.
Maiores valores do país
Veja abaixo as cestas básicas mais caras do país em novembro:
- São Paulo – R$ 749,28;
- Florianópolis – R$ 747,59;
- Porto Alegre – R$ 739,18;
- Rio de Janeiro: R$ 728,27.
Cabe salientar que as quatro capitais com as cestas básicas mais caras do país foram os únicos locais cujos valores superaram a marca de R$ 700. Em todas as demais capitais, os valores ficaram abaixo dessa faixa, com algumas delas apresentando preços até mesmo inferiores a R$ 600, para alegria dos consumidores.
Cestas mais baratas do país vêm do Nordeste
De acordo com o Dieese, a composição da cesta básica no Nordeste é diferente dos demais locais. Por isso, os menores valores do país em outubro foram registrados em capitais nordestinas, assim como ocorre todos os meses. Confira os menores valores do país no mês passado:
- Aracaju – R$ 516,76;
- João Pessoa – R$ 548,33;
- Salvador – R$ 550,86;
- Recife – R$ 551,04;
- Natal – R$ 567,30.
Entre as capitais nordestinas pesquisadas, apenas Fortaleza apresentou um valor superior a R$ 600. Na capital cearense, os consumidores tiveram que gastar R$ 639,91 para adquirir alimentos básicos em novembro, décimo maior valor entre os locais pesquisados.
Por outro lado, Aracaju teve a cesta básica mais barata do país em todos os meses de 2023. Isso quer dizer que os moradores da capital sergipana conseguiram economizar, gastando bem menos que os consumidores do Sul do país para adquirirem alimentos básicos neste ano.
Alimentos ficam mais caros em São Paulo
Em síntese, São Paulo continua tendo uma importância fundamental no país. A capital paulista figura como a cidade mais populosa do Brasil, com mais de 12 milhões de habitantes, e todas as variações no local afetam muita gente.
Em novembro, os moradores de São Paulo tiveram que trabalhar 124 horas e 53 minutos para comprarem uma cesta básica. O tempo foi superior à média nacional (107 horas e 29 minutos) e a todas as demais capitais pesquisadas.
No acumulado de 2023, a cesta de São Paulo ficou 5,31% mais barata, aliviando um pouco o bolso dos consumidores. Essa é a sexta maior redução do ano, atrás apenas de Campo Grande (-9,33%), Brasília (-8,40%), Belo Horizonte (-8,13%), Goiânia (-7,95%) e Vitória (-7,32%).
Produtos ficam mais caros em São Paulo
O Dieese revelou que sete dos 13 produtos pesquisados ficaram mais caros em São Paulo no mês passado. Com isso, o preço médio da cesta básica subiu 1,51% na capital paulista em novembro.
Veja abaixo os itens que ficaram mais caros em São Paulo:
- Batata: 9,80%;
- Arroz agulhinha: 5,57%;
- Carne bovina de primeira: 3,19%;
- Banana: 1,61%;
- Café em pó: 1,55%;
- Açúcar refinado: 1,38%;
- Manteiga: 0,51%.
Vale destacar a variação da batata, cujos preços subiram em todos os dez locais pesquisados em novembro, assim como ocorreu no mês anterior.
Em resumo, o Dieese explicou que “as chuvas e as altas temperaturas dificultaram as atividades na lavoura e prejudicaram a qualidade das batatas, o que resultou em aumento dos preços no varejo“.
Outro destaque foi o arroz agulhinha, que ficou mais caro em 16 das 17 capitais pesquisadas. A propósito, a única redução ocorreu em Belém (-1,01%). Nesse caso, o avanço foi provocado pelo aumento da demanda externa e pelo período de entressafra.
Em contrapartida, seis produtos ficaram mais baratos em São Paulo no mês passado, limitando a alta no preço da cesta básica. Em suma, os itens foram: leite integral (-2,65%), óleo de soja (-2,61%), farinha de trigo (-1,96%), tomate (-0,83%), pão francês (-0,28%) e feijão carioquinha (-0,18%).