Varíola dos macacos: MCTI, Fiocruz e UFMG firmam protocolo de intenções para desenvolver vacina contra monkeypox
MCTI, Fiocruz e UFMG firmam protocolo de intenções para desenvolver vacina contra monkeypox, a "varíola dos macacos". Confira!
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) firmaram nesta quinta-feira (03) protocolo de intenções para o desenvolvimento de vacina contra a varíola símia (monkeypox) no Brasil. O extrato do documento será publicado no Diário Oficial da União, destaca a divulgação oficial.
Varíola dos macacos: MCTI, Fiocruz e UFMG firmam protocolo de intenções para desenvolver vacina contra monkeypox
A cooperação técnica e científica viabilizada por meio da RedeVírus MCTI deve potencializar as pesquisas para o enfrentamento de viroses emergentes, em especial em relação ao enfrentamento da varíola símia. O documento também abrange outras áreas que venham a ser autorizadas em decorrência da presente parceria, relacionadas a outras viroses de importância para a saúde pública.
RedeVírus MCTI
De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), a iniciativa é decorrente da atuação da RedeVírus MCTI, por meio da CâmaraPox. Criada em maio deste ano para acompanhar os desdobramentos científicos do surto global de monkeypox, o fórum consultivo reúne os principais especialistas brasileiros em varíola.
O Brasil recebeu no início de setembro a doação de duas alíquotas-semente do Vírus Vaccínia Ankara Modificado (MVA), um vírus vacinal atenuado que foi utilizado para erradicar a varíola humana, nos anos de 1960, e que tem ação comprovada contra a varíola dos macacos, informa o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
O material biológico foi doado pelo Instituto Nacional de Saúde (National Institutes of Health – NHI), agência de pesquisa médica dos Estados Unidos, ao Centro de Tecnologia de Vacinas (CT Vacinas) da UFMG, por meio de um Acordo de Transferência de Material Clínico (CMTA – Clinical Material Transfer Agreement).
Projeto
De acordo com o coordenador do projeto e especialista em poxvírus, Flávio Fonseca, desde o recebimento do MVA, o CT Vacinas trabalha para amplificar o material biológico em condições de boas práticas de laboratório.
A replicação será efetuada até atingir quantidade suficiente para a produção dos lotes iniciais da vacina. Ao mesmo tempo, o procedimento está estabelecendo parâmetros, critérios e processos necessários para a produção em larga escala da vacina, explica o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
A cooperação firmada permite que o CT Vacinas transfira o vírus vacinal e os protocolos desenvolvidos desse processo para que a Fiocruz, por meio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio- Manguinhos), possa produzir o imunizante em escala industrial e atender às eventuais demandas nacionais do imunizante.
Vírus MVA
Conforme explica o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o grupo de pesquisa tem experiência no trabalho com o vírus MVA, tendo desenvolvido e testado este vírus como vetor viral no desenvolvimento de vacinas recombinantes contra diferentes doenças, incluindo a dengue.
De acordo com o boletim do Ministério da Saúde de quarta-feira (02/11), o Brasil registrou dez óbitos decorrentes de monkeypox, sendo três em São Paulo, outros três em Minas Gerais e quatro no Rio de Janeiro. Desde o início do surto, o país registrou mais de 9 mil casos de monkeypox e outros 5 mil casos suspeitos, de acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).