Variação linguística no Enem e em vestibulares
Pesquisa realizada pela Revista Quero indica que a variação linguística no Enem é a quarta colocada entre os assuntos que mais foram cobrados nas provas de português em 10 anos.
No ranking, o assunto é antecedido apenas por outros três: leitura e interpretação de texto; estrutura textual e análise do discurso e; leituras e artes.
Nesse sentido, falar um pouco sobre do que se trata a variação é necessário para direcionar os estudos dos alunos que estão se preparando para o Enem ou para outro vestibular, já que esse é um assunto tão presente.
Variação linguística na língua portuguesa
A língua portuguesa, assim como as demais línguas naturais, apresenta, através dos seus falantes, rica diversidade de falares, de formas de expressar as mais diversas necessidades, pensamos ou sentimentos etc.
Desse modo, a variação linguística pode ser compreendida e definida como um fenômeno natural das línguas humanas. E consiste nas possibilidades de diversificação da língua dentro do seu próprio sistema.
No português brasileiro, como explicam os estudos da Sociolinguística e da Linguística Histórica, tal fenômeno é marcado por um conjunto de fatores. Esses diretamente associados ao período de implementação do português no Brasil, à dimensão territorial do país e à pluralidade cultural de cada região, entre outros.
Assim, podemos classificar a variação linguística em quatro níveis, são eles:
- Diatópico: diz respeito à variação dialetal, que ocorre de acordo com lugar ou região geográfica (dialeto gaúcho, dialeto mineiro, o falar baiano);
- Diafásico: diz respeito à variação de acordo com os diferentes contextos comunicativos (se informal ou formal, por exemplo);
- Diastrático: que diz respeito à variação de acordo com a identidade linguística dos diferentes grupos sociais (idosos, jovens, jornalistas, gays, roqueiros etc);
- Diacrônico (ou histórico): diz respeito às variações ocorridas entre os diferentes períodos históricos da língua e sua comunidade de fala.
Preconceito Linguístico
O preconceito linguístico acaba sendo recorrente em razão de muitas pessoas não conhecerem ou reconhecem as variedades linguísticas faladas pelo outro, o desrespeitando.
Nesse caso, o outro costuma fazer parte de grupos sociais minoritários, socio e economicamente marginalizados, como, por exemplo, pessoas pobres que não têm acesso à educação formal, ou nascidas em regiões e Estados tidos como inferiores por conta de sua economia.
Saiba mais sobre o preconceito linguístico, suas motivações, causas e consequências aqui.
Para algumas curiosidades sobre a realidade linguística do Brasil: link.