A vacina de Oxford, desenvolvida pela AstraZeneca, tem eficácia de 76% três semanas após a primeira dose, de acordo com estudo preliminar publicado num relatório da revista científica “The Lancet” e ainda não revisado por pares. Os pesquisadores da Universidade de Oxford ainda apontam que o imunizante mantém eficácia de 82,4% cerca de 90 dias depois da segunda dose, além de reduzir 67% a transmissão do coronavírus por pessoas assintomáticas.
Os resultados desse novo estudo são melhores que os apresentados anteriormente, quando a eficácia da vacina de Oxford ficou na casa de 54,9% com a segunda dose aplicada um mês e meio depois da primeira. Em dezembro de 2020, especialistas britânicos chegaram a informar que a eficácia da vacina era de 70%, mas o dado não chegou a ser divulgado oficialmente.
Para analisar o efeito da vacina de Oxford em relação a transmissão do coronavírus, foram analisados testes PCR. O resultado obtido mostra redução de 67% no número de pessoas assintomáticas que poderiam transmitir o vírus, o que indica que o imunizante pode ser uma importante arma para atingir imunidade coletiva contra o vírus causador da Covid-19.
Vacina de Oxford no Brasil
A vacina de Oxford é de responsabilidade da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) no Brasil e teve o uso emergencial aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no dia 17 de janeiro. Dessa forma, o imunizante já está sendo aplicado no grupo prioritário do PNI (Plano Nacional de Vacinação).
Na sexta (29), a Fiocruz pediu aprovação definitiva da vacina de Oxford à Anvisa, que levará até 60 dias para dar uma resposta. Se aprovada, a vacina poderá ser amplamente usada e comercializada.
“Quando finalizada a análise, o registro concedido pela Anvisa será o sinal verde para que a vacina seja comercializada, distribuída e utilizada pela população, nos termos da indicação estabelecida na bula. O registro definitivo é a avaliação completa com dados mais robustos dos estudos de qualidade, eficácia e segurança, bem do plano de mitigação dos riscos e da adoção das medidas de monitoramento”, disse a Anvisa em nota divulgada na sexta (29).
No momento, o Brasil conta apenas com 2 milhões de doses da vacina de Oxford que foram importadas prontas do Instituto Serum, responsável pela fabricação do imunizante na Índia e maior fabricante de vacinas do mundo. A Fiocruz aguarda a chegada de insumos da China para envasar 50 milhões de doses até abril. A previsão é que 100 milhões de doses sejam fabricadas até julho, e outras 100 milhões entre agosto e dezembro.