Vacina de Oxford: Fiocruz pede uso emergencial à Anvisa
Nesta sexta-feira (8), a Fiocruz pediu a autorização para uso emergencial da vacina de Oxford contra a Covid-19 à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que deve analisar o pedido em até 10 dias.
O pedido feito pela Fiocruz, responsável pela fabricação da vacina no Brasil e pelos testes de eficácia em território nacional, é para uso de 2 milhões de doses prontas da vacina de Oxford importadas do laboratório Serum, da Índia.
Desenvolvida em parceria entre a Universidade de Oxford, no Reino Unido, e a farmacêutica AstraZeneca, a vacina foi a segunda ter o pedido de uso emergencial encaminhado à Anvisa, juntando-se a CoronaVac, cuja solicitação também foi feita hoje.
Segundo a nota assinada pela Anvisa, “as primeiras 24h serão utilizadas para fazer uma triagem do processo e checar se os documentos necessários estão disponíveis. Se houver informação importante faltando, a Anvisa pode solicitar as informações adicionais ao laboratório. O prazo de 10 dias não considera o tempo do processo em status de exigência técnica”
Se aprovadas em caráter emergencial, ambas vacinas poderão ser aplicadas em pessoas do grupo de risco já a partir de janeiro. De acordo com a Fiocruz, o pedido definitivo (que permite vacinação em massa) da vacina de Oxford deve ser feito até o dia 15 de janeiro.
Enquanto o governo de São Paulo anunciou o início do Plano Estadual de Imunização para 25 de janeiro, o Ministério da Saúde do governo federal disse que a previsão otimista é começar a vacinação em território nacional no dia 20 de janeiro.
Importação da Índia e fabricação no Brasil
As negociações para importação de 2 milhões de doses da vacina de Oxford do laboratório Serum estão avançadas e devem custar US$5,25 cada uma, totalizando um gasto de cerca R$60 milhões, incluindo custos com armazenamento, etiqueta, bula e transporte.
A medida foi necessária para conseguir cumprir com a previsão de iniciar a imunização nacional contra o coronavírus ainda no mês de janeiro, pois a fabricação pela Fiocruz ainda não foi iniciada. Os insumos devem chegar ao país na próxima semana e a Fundação Oswaldo Cruz prevê iniciar a fabricação no Brasil dia 20 de janeiro.
“Este é um momento histórico para a Fiocruz. A submissão desse pedido de autorização para uso emergencial da nossa vacina covid-19, desenvolvida em parceria com a unidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, é um passo importante para que possamos ter acessível, no Programa Nacional de Imunizações (PNI), uma vacina eficaz e segura para o Sistema Único de Saúde”, informou Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz.