A EMA (Agência Europeia de Medicamentos) disse ter recebido nesta terça (12) o pedido de uso emergencial da vacina de Oxford e da AstraZeneca contra Covid-19 na Europa. O órgão equivale a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e promete analisar o pedido rapidamente.
Segundo comunicado emitido pela EMA, um parecer sobre a aprovação para uso emergencial pode ser emitido até o dia 29 de janeiro, quando acontece uma reunião do Comitê de Medicamentos Humanos (CHMP) da agência reguladora.
De acordo com a EMA, foram avaliados dados de testes em andamento no Brasil, África do Sul e Grã Bretanha. A AstraZeneca enviou informações adicionais para completar o pedido. Os testes da vacina contra Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca foram iniciados em abril e se encontram em fase final.
No Brasil, o pedido de uso emergencial da vacina de Oxford foi feito à Anvisa na última sexta (08) e a expectativa é que a aprovação saia até segunda (18), se não houver nenhum contratempo relacionado à documentação exigida.
A taxa de eficácia da vacina de Oxford é de em média 70%, ou seja, está acima dos 50% exigidos pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e pelos órgãos reguladores de cada país ou região.
Enquanto o Brasil ainda não aprovou nenhuma vacina contra Covid-19, a União Europeia já está imunizando a população desde dezembro com a vacina da Pfizer/Biontech e desde 06 de janeiro com o produto da Moderna. Dessa forma, a vacina de Oxford seria a terceira a receber aprovação para uso emergencial na Europa.
Ao todo, mais de 2,7 milhões de pessoas foram vacinadas na Europa de dezembro até hoje. O número representa uma pequena parcela da população do bloco, que conta com cerca de 450 milhões de habitantes, e a lentidão da campanha de vacinação é alvo de críticas.
Em análise pela Anvisa e pela EMA, a vacina de Oxford foi aprovada para uso emergencial na Argentina, Índia, El Salvador e Grã Bretanha.
Ao contrário das vacinas da Pfizer/Biontech, que demanda armazenamento a menos 80°C, e da Moderna (menos 20°C), a vacina de Oxford deve ser armazenada entre 2 e 8°C, podendo ser mantida em geladeira comum. Isso deve facilitar a logística de distribuição e acelerar o andamento da vacinação no continente europeu.
Outra diferença entre as vacinas da Pfizer/Biontech e da Moderna e a vacina de Oxford é que as primeiras usam a tecnologia mRNA enquanto a última utiliza o Vetor Viral, que acopla a proteína Spike do coronavírus (responsável por penetrar na célula humana) a um adenovírus modificado em laboratório. Ao identificar a proteína Spike, o sistema imunológico a reconhece como invasora e passa a produzir anticorpos.