Atualmente, o uso de cheques no Brasil é bastante raro. A sua utilização vem caindo de maneira expressiva nos últimos anos devido à modernização do mercado financeiro brasileiro.
De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o uso do meio de pagamento no Brasil despencou 95% desde 1995. A saber, esse foi o ano em que a compensação de cheques começou a ser feita no país.
A título de comparação, o país chegou a contabilizar 3,3 bilhões de cheques compensados em 1995. No entanto, em 2023, o número foi de apenas 168,7 milhões, queda de 17% em relação a 2022.
Vale destacar que, em 2021, o PIX teve o seu primeiro ano de operação plena no país. A modalidade entrou em funcionamento no Brasil em novembro de 2020 e, desde então, vem conquistando a aprovação da maioria dos brasileiros. E, em 2023 os números foram ainda mais expressivos no país.
“A pandemia estimulou o uso dos canais digitais dos bancos e, hoje, quase 8 em cada 10 transações bancárias realizadas no Brasil são feitas em canais digitais“, explicou Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban, em nota.
“Soma-se a isso a preferência dos brasileiros pelo Pix, que vem se consolidando como o principal meio de pagamento utilizado no país“, acrescentou.
As fortes quedas registradas pelo cheque nos últimos anos estão fazendo a forma de pagamento perder cada vez mais espaço no Brasil. Vale destacar que, em média, 83% da população do país emitiu um cheque por ano no país em 2023.
Embora o número pareça elevado, a verdade é que a emissão de cheques parece se aproximar do fim. Isso porque o seu uso está cada vez menor no país, uma vez que o Pix possibilita muito mais rapidez e segurança nas transações financeiras.
Em suma, a chegada da nova ferramenta ao Brasil reduziu significativamente o uso dos cheques. Aliás, o Pix está afetando todas as formas de transações financeiras no país, e deverá impactar ainda mais a maneira que os brasileiros utilizam estes serviços.
Além da queda expressiva do uso de cheques no país, os números de compensação com esta forma de pagamento também despencou, mas o recuo foi um pouco menor, segundo a Febraban.
A saber, as compensações com cheque totalizaram R$ 610,2 bilhões no ano passado. Esse número é 70,18% menor que os R$ 2 trilhões compensados em 1995, quando ainda não havia Pix e outras formas de transações financeiras no país. A propósito, o volume compensado caiu 8,5% em relação a 2022.
Além disso, os dados do levantamento também revelaram que o número de cheques devolvidos em 2023 chegou a 18 milhões. Esse volume representou 10,67% do total de documentos compensados no país.
A título de comparação, as devoluções caíram 7,9% em relação ao ano anterior. Já em relação a 1996, início da série histórica desta categoria, a queda chegou a 71,65%, uma vez que foram contabilizados 63,5 milhões de cheques devolvidos naquele ano.
O total de cheques devolvidos sem fundos chegou a 13,6 milhões no ano passado, redução de 9% em relação a 2022, quando o número totalizou 15 milhões de cheques sem fundos. Em 1997, quando a série histórica desta categoria teve início, houve 56,8 milhões de cheques devolvidos sem fundos no país.
Embora todos os números relacionados ao cheque tenham indicado queda do seu uso no país, um dado específico mostrou que a forma de pagamento tenta se manter firme entre os usuários.
Apesar da redução no volume de transações por cheque no Brasil em 2023, o tíquete médio da modalidade aumentou no último ano, subindo de R$ 3.257,88, em 2022, para R$ 3.617,60, em 2023.
Cabe salientar que o levantamento da Febraban se baseou em dados do Serviço de Compensação de Cheques (Compe).
Nos últimos anos, houve diversas mudanças na forma de realizar transações financeiras no Brasil, principalmente por causa da chegada do Pix. As modalidades existentes foram colocadas de lado com certa facilidade e rapidez, até que, nesta semana, os bancos deixaram de oferecer transferências via DOC.
A saber, as transferências bancárias via Documento de Ordem de Crédito (DOC) chegaram ao fim no último dia 15 no país. De acordo com a Febraban, o DOC perdeu espaço para o PIX.
“Tanto a TEC quando o DOC deixaram de ser a primeira opção dos clientes e sua utilização vem caindo continuamente nos últimos anos. Os clientes têm dado preferência ao PIX, por ser gratuito, instantâneo e também pelo valor que pode ser transacionado“, explicou Walter Faria, à época.
Cabe salientar que as pessoas só puderam realizar transações via DOC até o último dia 15 de janeiro, mas elas também puderam agendar transações para até o dia 29 de fevereiro. Isso quer dizer que as transações ainda poderão acontecer até o final de fevereiro, contanto que tenha sido agendada até o último dia 15.