Uma grave denúncia envolvendo os restaurantes e o iFood causou grande comoção nesta semana.
Segundo os estabelecimentos, a empresa tem pressionado-os a firmarem contratos de exclusividade, o que implica em disponibilizar seus produtos apenas em uma única plataforma de entrega de alimentos.
A partir do dia 1º de outubro, o iFood implementou novas diretrizes em relação a esses contratos de exclusividade que mantém com os restaurantes parceiros.
Essas mudanças, acordadas com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em fevereiro, terão uma duração de 54 meses.
Essas recentes alterações no contrato de exclusividade têm gerado uma série de preocupações e discussões no setor de restaurantes.
Os proprietários e gestores de restaurantes estão apreensivos em relação aos impactos que essa medida pode ter em seus negócios.
Além disso, muitos deles temem que isso limite sua capacidade de alcançar uma base mais ampla de clientes, o que poderia afetar negativamente suas receitas.
O acordo firmado com o Cade pelo iFood parece ter como objetivo promover a competição justa no mercado de entrega de alimentos, evitando que uma única plataforma domine completamente o setor.
Contudo, essa mudança levanta questões sobre a liberdade de escolha dos restaurantes e como eles podem diversificar suas estratégias de vendas.
É importante ressaltar que esse é um tópico em constante evolução, e as implicações completas dessas novas diretrizes ainda estão sendo debatidas e compreendidas.
Para obter informações detalhadas sobre essa questão relacionada ao iFood e suas repercussões, continue lendo o texto abaixo, onde apresentaremos informações importantes e análises adicionais sobre o assunto.
O que ficou determinado após o acordo?
Foi estabelecido que a plataforma não terá permissão para celebrar acordos de exclusividade com marcas que operam em 30 ou mais locais.
Contudo, as regras são mais flexíveis para redes de restaurantes que possuem menos de 30 unidades. Para esses casos, o período de exclusividade será mais curto.
Sob tais circunstâncias, eles deverão se comprometer a disponibilizar seus serviços exclusivamente na plataforma por um período de dois anos. Após esse período, haverá uma “quarentena” de um ano, durante a qual a renovação do contrato com o iFood será proibida.
No entanto, é importante notar que há uma exceção a essa quarentena que permite a renovação do contrato antes de completar um ano. Entretanto, essa renovação está condicionada ao compromisso do iFood de realizar investimentos em parceria com a marca.
Além disso, a plataforma deve garantir um aumento de vendas de 40% na plataforma, superando o crescimento do mercado no ano anterior.
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Conforme relatado por estabelecimentos com até 30 unidades, uma questão preocupante que surge é a alegação de que enfrentam pressões para manter sua exclusividade com o iFood mesmo após o término de seus contratos.
Isso tem como resultado a continuação da aplicação de taxas mais vantajosas para os serviços disponibilizados na plataforma do iFood.
Em outras palavras, essa prática parece penalizar os restaurantes que optam por não seguir a rota da exclusividade, impondo-lhes uma taxa mais elevada sobre as vendas de seus produtos.
Como resultado, a taxa de comissão que antes estava em torno de 17% pode subir para, no mínimo, 23%.
Esse cenário tem gerado debates significativos no setor de alimentos e delivery, com muitos questionando a ética e a justiça dessa abordagem.
Restaurantes buscam maior flexibilidade e liberdade para atender a uma variedade de plataformas de entrega, a fim de atender às necessidades de seus clientes e otimizar sua rentabilidade.
À medida que esse debate continua a crescer, é provável que haja uma pressão adicional sobre as empresas de entrega de alimentos para revisar suas políticas de exclusividade e taxas, visando encontrar um equilíbrio que seja justo tanto para os estabelecimentos quanto para as plataformas.
“Temos observado que estabelecimentos independentes que tinham contrato de exclusividade com o iFood estão sendo pressionados, já que, ao sair do ambiente de exclusividade, a taxa chega a subir de 5 a 7 pontos percentuais. Isso representa um aumento de 30% a 40% nas tarifas”, pontuou o presidente executivo da Abrasel, Paulo Solmucci.