O auxílio emergencial reduziu de valor após o pagamento da 5ª parcela, no mês de agosto. Dessa forma, a fila de espera para entrar no Bolsa Família aumento, alcançando, no fim de setembro, o patamar de 1 milhão de cadastros, segundo informações do Jornal Folha de S. Paulo.
A lista de cadastrados, assim, voltou ao que foi registrado no fim de 2019, logo após sucessivos cortes da cobertura e congelamento do ingresso no benefício. Pelo menos 1 milhão de famílias ficaram na espera.
Em março, quando foi anunciado o auxílio emergencial, o Ministério da Cidadania suspendeu completamente o processo de análise dos requerimentos para recebimento do Bolsa Família. Todos tiveram direito ao auxílio de R$600, atendendo, assim, mais pessoas que o programa social.
No fim de setembro, quando o Governo reduziu o valor de R$600 para R$300, o Ministério da Cidadania voltou a analisar os cadastrados no Bolsa Família. Segundo dados obtidos pela Folha, são 999.673 pessoas que aguardam para entrar no programa.
A tendência, com o fim do auxílio emergencial no fim de dezembro, é a fila continuar a subir cada vez mais a partir do mês de janeiro de 2021, conforme avalição dos técnicos do governo. A crise econômica provocada pelo novo coronavírus e a possibilidade de uma segunda onda na pandemia, segundo eles, devem aumentar a pobreza no país.
Para isso, o orçamento do Bolsa Família para o próximo ano foi reforçado. O dinheiro passou de R$ 32,5 bilhões em 2020 para R$ 34,9 bilhões para 2021.
Com isso, a fila de 1 milhão de famílias brasileiras, registrada no fim de setembro, já ocupa o espaço a ser aberto pela ampliação do orçamento para 2021. Os cadastros aprovados após setembro, então, impactam o Bolsa Família. O Ministério da Cidadania ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Após o fim do auxílio emergencial e ainda sem acordo para criação do Renda Cidadã, o Bolsa Família seguirá sendo pago em 2021. A expectativa é que o auxílio emergencial de R$300 não seja mais prorrogado para 2021. Dessa forma, resta ao Governo manter o programa Bolsa Família neste momento.
Uma alternativa viável seria a criação do Renda Cidadã. Porém, ainda não há uma definição sobre o lançamento do novo programa assistencial. No momento, há uma discussão entre parlamentes e os ministros da Economia, Paulo Guedes e da Secretaria do Governo Eduardo Ramos, além do presidente Jair Bolsonaro.
Atualmente, o Bolsa Família beneficia mais de 14 milhões de brasileiros e tem um orçamento de R$ 29 bilhões por ano. Para 2021, o Governo prepara um orçamento de R$ 35 bilhões.
Uma outra mudança que pode acontecer é uma possível “turbinada” por parte do governo com mais orçamento que poderá servir como um auxílio para milhões de brasileiros vulneráveis. A ideia agora é que mais família tenham acesso ao programa em 2021.
No entanto, uma eventual ampliação do Bolsa Família para incluir uma parcela vulnerável da população que ficará desamparada com o fim do auxílio emergencial só deverá acontecer a partir de fevereiro, quando o orçamento da União para 2021 será discutido.
O programa Renda Cidadã, que pretende substituir o auxílio emergencial em 2021 e incluir o Bolsa Família, será discutido somente após o segundo turno das eleições municipais. A confirmação veio por meio do líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), ao blog da jornalista Andréia Sadi da Globo News.
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