De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), oito estados estão em alerta devido à passagem dos ciclones extratropicais. Portanto, há risco potencial de chuvas intensas e tempestades. Os estados afetados são Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Amazonas, Sergipe e Roraima.
Segundo o Inmet, os efeitos dos ciclones já podem ser sentidos a partir desta quarta-feira (12) e podem se estender até a manhã de sexta-feira (14). A previsão indica temperaturas baixas e tempestades. No entanto, nos estados do Roraima, Amazonas e Sergipe, as chuvas são causadas pelo transporte de umidade.
Ciclones extratropicais deixa 8 estados em alerta
O ciclone extratropical é formado pela frente fria avançando no Sul do país, atingindo também áreas do Centro-Oeste e Sudeste. Nessas regiões, espera-se uma queda da temperatura de 10°C a 12°C em relação ao dia anterior. O Inmet ressalta que esse fenômeno está se tornando mais forte e frequente devido às mudanças climáticas.
A previsão do tempo indica que as temperaturas máximas cairão no Rio Grande do Sul na terça-feira (11) devido ao aumento da nebulosidade e da chuva. Na quarta-feira (12), o ar frio avançará sobre a Região Sul e Mato Grosso do Sul. Na quinta-feira (13), o frio atingirá áreas de Mato Grosso, Rondônia, sul do Acre, oeste e sul de Goiás, São Paulo, Triângulo Mineiro, sul de Minas Gerais e Rio de Janeiro.
O Inmet alerta que o volume de chuvas pode ultrapassar 100 mm, com rajadas superiores a 100 km/h. A Marinha do Brasil divulgou um alerta informando que os ciclones poderão causar ressaca, de ondas com até 4,5 metros, entre Laguna (SC) e Chuí (RS).
Nas noites de quarta-feira (12) e sexta-feira (14). O fenômeno também afetará a faixa litorânea entre Santa Catarina e São Paulo, São Sebastião (SP) a Laguna (SC), com ventos de até 100 km/h.
Durante o último final de semana, foram registrados acumulados de chuva acima de 80 mm na costa leste do Nordeste. João Pessoa (PB) teve um volume de 199 mm, Maceió (AL) registrou 133 mm e Palmares (PE) teve 127 mm. Apenas no estado de Alagoas, mais de 23 mil pessoas estão desabrigadas devido às fortes chuvas.
Por que os ciclones surgem no Brasil?
Ciclones são tempestades tropicais que se originam em zonas de baixa pressão atmosférica, podendo causar diversos estragos ao atingirem o continente. No Brasil, os ciclones são fenômenos que ocorrem especialmente na Região Sul. Existem dois tipos de ciclones que podem ocorrer no nosso país:
- Ciclones tropicais – São centros de baixa pressão que se formam em torno dos trópicos e apresentam grande umidade e alta temperatura. Assim, formam tempestades torrenciais associadas a ventos em alta velocidade. Normalmente, apresentam uma nuvem de formato arredondado constituída por mais de um braço ciclônico. Seu tamanho é variável e não está associado a uma frente fria;
- Ciclones extratropicais – Estão associados ao contraste de temperaturas sobre uma área. A causa é o avanço de uma massa de ar frio, chamada de massa polar, sobre uma massa de ar quente, chamada de massa tropical. No Brasil, os ciclones extratropicais ocorrem principalmente na Região Sul, como citado.
O ciclone Catarina, que atingiu o estado de Santa Catarina em 2004, foi um exemplo de ciclone que afetou o Brasil. Inicialmente, esse fenômeno era extratropical, mas ao deslocar-se mudou para subtropical e depois para tropical.
Deve-se ressaltar que é raro que furacões atinjam o Brasil, já que as massas de água oceânicas não apresentam temperaturas maiores que 26ºC. Essas tiveram registro especialmente na Região Nordeste do país.
Como se preparar para o fenômeno
Há algumas formas de se preparar para o ciclone na Região Sul do Brasil, sendo que cada ação depende da região e das condições que se tem:
- Acompanhar as informações meteorológicas;
- Fazer um estoque de alimentos e água;
- Reforçar a estrutura da casa;
- Evacuar áreas de risco;
- Ter um kit de emergência.
É importante lembrar que cada ciclone é único e pode apresentar diferentes níveis de intensidade e riscos. Por isso, é fundamental seguir as orientações das autoridades locais e se manter informado sobre a situação.