De acordo com o estudo “A relação do brasileiro com o automóvel”, solicitado pela Serasa, foi apontado que 23% dos motoristas passaram a utilizar seu veículo como uma forma de rendimento, ou seja, um quarto dos donos de carros virou Uber. Uma das causas para esse índice foi a crise relacionada à pandemia de covid-19.
Todavia, a crise sanitária causada pelo coronavírus mudou as relações de trabalho e também ocasionou um crescimento do desemprego no país. A população brasileira também passou a utilizar mais, determinados aplicativos de entregas e de transporte, tornando o Uber uma grande oportunidade de renda.
Curiosamente, mesmo com a grande expansão da plataforma digital de transportes, os usuários têm reclamado que há uma falta de veículos nas ruas. Outro dado importante apontado pela pesquisa, demonstra que para 63% dos lares brasileiros, os gastos com veículos é considerado a segunda maior despesa de seu orçamento.
Estes custos são menores do que a alimentação, que aparece com 72% e acima dos gastos com contas básicas , que chega a 57%. Muitas pessoas que não dirigem acabam por utilizar o Uber para ir ao trabalho, o que aumenta exponencialmente seus gastos com transportes, pesando em seu orçamento.
Poucos carros nas ruas
De fato, há uma menor concentração de veículos nas ruas para atendimento às pessoas que necessitam de um transporte. Há uma grande dificuldade de se conseguir corridas, principalmente as mais curtas. Alguns usuários têm reclamado que a espera até o veículo chegar ficou mais longa.
Além disso, os cancelamentos têm ficado comuns, com muitos usuários migrando do Uber para novos aplicativos de transporte, ou até mesmo para táxis. Segundo Eduardo Lima de Souza, presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativos, o aumento do preço da gasolina tem influenciado na demora por corridas.
O combustível passou a sofrer uma série de aumentos a partir de outubro do ano passado, depois de uma série de reduções em seu preço. de acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o prelo médio da gasolina no país é de R$5,04, entretanto, existem postos que chegam a cobrar até R$6,99.
Alguns condutores afirmam que antes dos reajustes, eles chegavam a gastar até R$100 por dia com o combustível, e que atualmente sua despesa com a gasolina chega a R$140. Ao calcular o valor gasto por mês, as despesas para rodar com o veículo passaram a ser absurdas, muito caras.
Valor das corridas
Uma outra reclamação dos motoristas de aplicativos, é relacionada às tarifas cobradas, que tem subido bastante. Desse modo, os motoristas estão escolhendo suas corridas, em busca de passageiros perto de onde estão, além de um preço mais em conta para a quilometragem do percurso.
O presidente da associação informa que essa é a causa das demoras em se conseguir um Uber, e dos cancelamentos de viagens. Ele afirma que “ os aplicativos mostram o destino e o valor da corrida antes de aceitarmos, mas essas informações aparecem enquanto ainda estamos com o cliente no carro. A gente aceita e depois para analisar. Se não vale a pena, o jeito é cancelar.”
Os motoristas também têm reclamado do valor que é repassado pelas plataformas de transporte. Os condutores afirmam que eles estão pagando pouco, mesmo com o recebimento de muitos passageiros. Eles citam por exemplo, que em uma corrida de 18 Km, eles recebem R$15, enquanto que o cliente paga R$35.
Sendo assim, os motoristas de aplicativos estão escolhendo as melhores corridas, de forma a receber um pouco mais de seu trabalho. Eles procuram garantir uma maior rentabilidade com menos quilometragens. No entanto, convém salientar que há um aumento relativo ao número de corridas.
Crescimento na utilização do Uber
Com a crise da pandemia, uma boa parte da população brasileira passou a utilizar cada vez mais as tecnologias Houve também um aumento no preço dos carros, e pouca segurança no transporte público. Os apps de transporte substituíram não apenas os táxis, mas também o transporte escolar, o carro próprio, o ônibus, etc.
Analogamente, o aumento na utilização do serviço não significou um crescimento dos carros nas ruas brasileiras. Com o coronavírus, as pessoas passaram a utilizar mais este tipo de transporte, houve um crescimento da demanda. Por essa razão, a demora para conseguir um veículo cresceu bastante.