O índice de atividades turísticas do Brasil cresceu 29,9% em 2022, em comparação a 2021. Isso mostra que a recuperação do setor foi muito expressiva no ano passado, e o desempenho do turismo acabou surpreendendo positivamente o país.
Esse forte desempenho foi impulsionado pelo resultado de dezembro. Em resumo, o indicador teve um crescimento de 4,1% no último mês de 2022, em relação a novembro, cujo resultado se manteve estável na base mensal. Em outras palavras, o turismo conseguiu o segundo resultado não-negativo seguido.
Com o acréscimo dos dados de dezembro, o setor agora se encontra 1,5% acima do patamar de fevereiro de 2020, último mês antes da decretação da pandemia da covid-19. Isso quer dizer que todas as perdas impostas pela crise sanitária foram superadas.
Em suma, a crise sanitária afundou as atividades turísticas em todo o mundo. Isso aconteceu porque houve restrições às viagens e incentivo ao distanciamento social, medidas que visavam evitar a disseminação do coronavírus, mas que derrubaram o turismo nacional.
Embora o resultado tenha retornado ao nível pré-pandemia, o turismo brasileiro ainda se encontra 5,5% abaixo do ponto mais alto já registrado, alcançado em fevereiro de 2014.
Em dezembro, o forte avanço nacional do turismo ocorreu graças à alta registrada em 11 dos 12 locais pesquisados. A saber, a influência positiva mais relevante ficou com São Paulo (3,1%). Na sequência, vieram Rio de Janeiro (6,1%), Minas Gerais (7,2%) e Distrito Federal (17,9%).
Por outro lado, observou-se a queda do turismo em um único estado brasileiro: Rio Grande do Sul (-3,7%).
A propósito, os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o IBGE, o avanço mensal foi bem firme, mas a alta ficou três vezes maior na comparação anual. Isso porque o turismo brasileiro cresceu 12,6% em relação a dezembro de 2021, 21ª taxa positiva consecutiva.
Em síntese, o crescimento anual vem ocorrendo desde abril de 2021, justamente porque a base comparativa é fraca. Como a pandemia derrubou o turismo global, incluindo o brasileiro, todos os dados se enfraqueceram. Assim, é bem fácil ter um avanço significativo em relação ao mesmo período do ano anterior.
No entanto, isso não deverá acontecer em 2023, visto que não terá uma base comparativa fraca. Aliás, 2022 ficou marcado pela recuperação do turismo, e os dados deverão crescer ainda mais neste ano, mas não deverá haver discrepância entre os dados.
Da mesma forma que aconteceu na base mensal, o índice de atividades turísticas também cresceu em 11 dos 12 locais pesquisados pelo IBGE. O único resultado negativo veio de Pernambuco (-4,0%), mas isso não modificou a taxa nacional, que seguiu em campo positivo.
Inclusive, do lado dos avanços, o mais importante veio mais uma vez de São Paulo (+12,6%). Em seguida, ficaram Minas Gerais (30,2%), Rio de Janeiro (13,9%), Paraná (12,3%) e Santa Catarina (15,6%).
Já no acumulado de 2022, o turismo brasileiro cresceu 29,9%, recebendo as maiores influências de:
A saber, a pesquisa do IBGE engloba apenas 12 Unidades da Federação (UFs): Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) também mostra o desempenho dos serviços no país. Em 2022, o setor cresceu 8,3%, em relação a 2021, e bateu recorde, segundo o IBGE. Aliás, o setor ficou 14,4% acima do nível registrado em fevereiro de 2020, último mês antes da decretação da pandemia da covid-19.
Nesse caso, o IBGE faz o levantamento do desempenho dos serviços em todas as 27 unidades federativas (UFs). Em 2022, todas elas conseguiram registrar um resultado positivo, com exceção do Distrito Federal, onde o setor de serviços encolheu 1,6% em relação a 2021.
Assim como aconteceu com o turismo, o setor de serviços também recebeu o maior impacto positivo de São Paulo. Contudo, outros estados também se destacaram em 2022. Veja abaixo os principais resultados, em ordem de influência na taxa nacional:
Por fim, vale destacar que os serviços respondem por quase 70% do PIB brasileiro. Além disso, o setor é considerado o maior empregador do país, segundo o IBGE. Isso quer dizer que, quanto mais o setor crescer, mais a economia brasileira vai avançar.