Hoje, no Brasil, uma profissão que tem ganhado destaque é a de entregador de aplicativo.
Dentro da categoria engloba-se motoboys, motoristas de carro e ciclistas que utilizam seus próprios meios de transporte para entregar alimentos, encomendas e até mesmo transportar passageiros.
Esse mercado, que se expande rapidamente, já conta com pelo menos 1,66 milhão de pessoas prestando serviços através de aplicativos.
Uma pesquisa recente conduzida pela Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) em parceria com o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) revelou dados surpreendentes sobre essa categoria de trabalhadores.
Dentre os 1,66 milhão de profissionais envolvidos, 1.274.281 são motoristas, enquanto 385.742 são pessoas que atuam como entregador de aplicativo. Isso demonstra a dimensão e a crescente importância desse setor na economia do país.
Um aspecto peculiar dessa ocupação é a ausência de um salário fixo, que é comum para aqueles com carteira assinada e regidos pela Consolidação de Leis Trabalhistas (CLT).
No caso de um entregador de aplicativo ou e motorista, sua remuneração está diretamente ligada à produtividade. Em outras palavras, quanto mais viagens eles realizam, maior é o valor que recebem.
Isso cria um ambiente de trabalho dinâmico, onde os profissionais têm a flexibilidade de definir seus próprios horários e rendimentos, embora também enfrentem desafios relacionados à segurança e ao desgaste dos veículos.
Essa tendência de trabalho via aplicativos está moldando a forma como muitas pessoas ganham a vida e como a mobilidade urbana é encarada.
Continue lendo para descobrir mais informações sobre essa tendência em crescimento e suas implicações.
Algumas especificações básicas desse tipo de trabalho
O valor recebido pelo entregador de aplicativo pode flutuar significativamente com base na plataforma em que ele presta serviços.
O modelo de negócios permite que um mesmo entregador se cadastre em várias empresas do mesmo setor, como a Uber e o iFood, ampliando suas oportunidades de trabalho.
No entanto, é importante destacar que esses profissionais não mantêm um vínculo empregatício com nenhuma das empresas, o que implica em várias implicações.
Um dos principais aspectos a considerar é que, embora esses o entregador de aplicativo esteja ativo na plataforma, não têm garantia de receber benefícios trabalhistas.
Como por exemplo, remuneração fixa, 13º salário, ou contribuição previdenciária que daria direito a aposentadoria ou auxílio doença.
Eles são, em essência, trabalhadores independentes. Sendo assim, significa que sua renda depende inteiramente do volume de entregas realizadas e das taxas e comissões que as plataformas cobram.
Outro ponto relevante a ser mencionado é que todos os custos relacionados à manutenção do veículo utilizado para as entregas são de responsabilidade exclusiva do entregador. Isso inclui despesas com combustível, manutenção, seguro e depreciação do veículo.
Portanto, um entregador de aplicativo deve gerenciar cuidadosamente seus ganhos para garantir que essas despesas sejam cobertas. Porém, isso pode ser um desafio em um mercado altamente competitivo.
Em resumo, embora trabalhar como entregador de aplicativo ofereça flexibilidade e oportunidades de renda, é importante estar ciente das limitações e responsabilidades associadas a essa atividade.
Os entregadores devem estar preparados para enfrentar as incertezas financeiras e a ausência de benefícios trabalhistas que caracterizam esse tipo de trabalho independente.
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Média de valores recebidos por um entregador de aplicativo
De acordo com os resultados de um estudo conduzido pela Amobitec em parceria com o Cebrap, realizado entre os meses de agosto e novembro de 2022, foi possível avaliar os rendimentos de um entregador de aplicativo, bem como dos motoristas nesse período.
Para os motoristas, os ganhos variaram entre R$ 2.925 e R$ 4.756, após a dedução dos custos relacionados à manutenção de seus veículos. Enquanto isso, os entregadores obtiveram rendimentos na faixa de R$ 1.980 a R$ 3.039.
É importante ressaltar que esses valores foram estimados considerando uma jornada de trabalho de 40 horas semanais. Isso é o equivalente a 8 horas por dia durante 5 dias da semana.
Esse padrão de trabalho é idêntico ao de um trabalhador formal, contratado com carteira assinada, e merece destaque, já que, à época da pesquisa, o salário mínimo estipulado pelo governo era de R$ 1.212.
Essa análise demonstra que, do ponto de vista financeiro, trabalhar como entregador de aplicativo ainda supera a remuneração oferecida pelo salário mínimo nacional.
No entanto, é fundamental considerar que essa vantagem financeira vem acompanhada de algumas desvantagens, como as que mencionamos anteriormente.