O Concurso Público Nacional Unificado é uma iniciativa do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos para centralizar e agilizar os processos de contratação de servidores públicos federais. Essa proposta visa reunir os certames autorizados para o recrutamento e seleção de servidores em diferentes órgãos e entidades públicas do Governo Federal.
A centralização do processo de contratação de servidores é uma premissa fundamental para qualificar a seleção. O objetivo é encontrar profissionais capazes de propor, implementar, monitorar e avaliar políticas públicas que solucionem os problemas da sociedade. Com isso, busca-se a gestão transversal da força de trabalho da Administração Pública Federal.
A proposta do Concurso Nacional Unificado traz impactos positivos para a sociedade brasileira ao ampliar e democratizar o acesso às vagas públicas. A aplicação das provas em cerca de 180 municípios aproxima o perfil dos aprovados ao perfil da população do Brasil.
Além disso, a construção de um serviço público com a cara do povo brasileiro, com uma burocracia que represente a diversidade da população, garante maior legitimidade à máquina pública e contribui para a elaboração de políticas públicas mais inclusivas.
“Uma burocracia que represente a diversidade da população garante maior legitimidade à máquina pública.”
Ao contrário do que possa parecer, o Concurso Nacional Unificado fortalece os princípios democráticos e amplia as oportunidades para os candidatos. A descentralização das provas em quase 180 municípios favorece a quebra das desigualdades socioeconômicas existentes na sociedade brasileira.
O modelo tradicional de realização de concursos, concentrado em poucas cidades, reproduz as desigualdades e dificulta o acesso de candidatos de regiões mais distantes. Com o Concurso Nacional Unificado, mais pessoas têm a chance de participar do processo seletivo, tornando-o mais democrático.
O Concurso Nacional Unificado será organizado através da realização de um mesmo certame em aproximadamente 180 cidades, de forma concomitante. A inspiração para esse modelo é o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que já foi aplicado em 1.727 municípios, com cerca de 5,1 milhões de inscritos. Essa abordagem busca democratizar o acesso às vagas públicas, levando em consideração políticas de acessibilidade e inclusão.
A estrutura de governança do Concurso Nacional Unificado será coordenada pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, em parceria com outros órgãos como o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e a Advocacia-Geral da União (AGU). Comissões setoriais de cada órgão ou entidade envolvida também estarão presentes. A Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU) atuarão como observadores externos durante todo o processo.
A seleção dos 179 municípios que receberão a realização do Concurso Nacional Unificado considerou critérios como densidade populacional, raio de influência microrregional de cidades médias e grandes, e facilidades de acesso entre elas. Foram escolhidas cidades e arranjos populacionais com mais de 100 mil habitantes, de acordo com dados do IBGE. Para a Região Norte, foram considerados municípios com mais de 50.000 habitantes. Cidades com mais de 200 mil habitantes, mas muito próximas de outros arranjos mais importantes, foram excluídas.
Caso um município selecionado não possua estrutura suficiente para a realização do concurso, as provas serão aplicadas em cidades próximas. A seleção dos municípios levou em conta a densidade populacional, o raio de influência microrregional e a facilidade de acesso entre eles.
A adesão dos órgãos ao Concurso Nacional Unificado é voluntária e deve ser realizada até o dia 29 de setembro, de acordo com o cronograma estabelecido pelo Ministério da Gestão. A previsão é de que o edital seja publicado até o dia 20 de dezembro.
A prova está prevista para o dia 25 de fevereiro de 2024. Neste dia, serão realizadas as provas objetivas com matriz comum a todos os candidatos, além das provas específicas e dissertativas por área de atuação governamental. Os resultados da primeira fase devem ser divulgados até o final de abril de 2024, e os cursos de formação devem começar entre junho e julho do mesmo ano.
Confira o cronograma estabelecido:
No momento da inscrição no Concurso Nacional Unificado, os candidatos deverão optar por um dos blocos das áreas de atuação governamental disponíveis no certame. Em seguida, eles deverão indicar, por ordem de preferência, os cargos/carreiras entre as vagas disponíveis no bloco escolhido.
Dessa forma, o candidato realizará as provas objetivas (comuns a todos os candidatos) e as provas específicas (objetivas e dissertativas) do bloco escolhido. As questões específicas serão definidas pelas comissões organizadoras dos diferentes órgãos e entidades públicas cujos cargos/carreiras fazem parte de um determinado bloco. Essa proposta será validada pelos órgãos e entidades públicas que aderirem ao Concurso Nacional Unificado.
O Concurso Público Nacional Unificado é uma iniciativa que busca centralizar e agilizar os processos de contratação de servidores públicos federais. Além disso, visa democratizar o acesso às vagas públicas, promovendo uma seleção mais inclusiva e representativa da diversidade da população brasileira.
A descentralização das provas em quase 180 municípios contribui para a quebra de desigualdades e possibilita que mais pessoas tenham a chance de participar do processo seletivo. A organização do concurso, através de uma estrutura de governança coordenada pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, garante a transparência e a eficiência do processo.
Com o Concurso Nacional Unificado, o serviço público brasileiro dará um passo importante rumo à construção de uma burocracia mais inclusiva e representativa, capaz de elaborar políticas públicas que atendam às necessidades da sociedade.