O Brasil registrou 36,8 milhões de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado no trimestre móvel de fevereiro a abril de 2023. Esses dados excluem os trabalhadores domésticos, cujos números também foram pesquisados.
Em resumo, o número se manteve estável em relação ao trimestre móvel anterior. Já na comparação com o trimestre móvel encerrado em abril de 2022, houve um crescimento de 4,4% (acréscimo de 1,6 milhão de pessoas).
Embora o percentual de trabalhadores com carteira assinada não tenha aumentado na base trimestral, os números seguem positivos. Isso porque a estabilidade da taxa sinaliza que não houve redução na quantidade de empregados formais no país.
Cabe salientar que a pandemia da covid-19 derrubou os números em 2020, e o mercado de trabalho ainda se recuperava em 2021. Já em 2022, o cenário foi de fortalecimento da recuperação, com dados ainda mais expressivos. Por isso que o crescimento anual é um resultado positivo para o mercado de trabalho brasileiro.
Empregados sem carteira assinada
Por sua vez, o número de empregados sem carteira de trabalho caiu 2,9% em relação ao trimestre móvel anterior, o que representa uma redução de 383 mil pessoas nessa situação.
Entre fevereiro e abril deste ano, havia 12,7 milhões de pessoas com uma ocupação informal no Brasil. Em síntese, esse nível é bastante elevado, mas fica abaixo dos 13,4 milhões observados no trimestre móvel de agosto a outubro de 2022, maior número já registrado na série histórica, que teve início em 2012.
Já na comparação com o trimestre móvel de fevereiro a abril de 2022 a taxa ficou estável no país. Vale destacar o enfraquecimento dos números deste indicador. Isso porque, nos meses anteriores, o número de pessoas sem uma ocupação formal estava bem maior no país, superando as taxas registradas no ano anterior.
A propósito, os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulga nesta semana.
Trabalhadores por conta própria e domésticos
Além disso, o IBGE informou que havia 25,2 milhões de trabalhadores por conta própria no país no trimestre móvel encerrado em abril deste ano. Esse valor ficou estável tanto na comparação trimestral quanto na anual.
O IBGE ainda revelou que o número de trabalhadores domésticos chegou a 5,7 milhões no período. A taxa caiu 3,2% em relação ao trimestre anterior, mas se manteve estável na comparação com o trimestre móvel de fevereiro a abril do ano passado.
Nesta semana, o IBGE reportou que a taxa de desocupação no Brasil ficou estável no trimestre móvel encerrado em abril, chegando a 8,5%. Por outro lado, o número de pessoas desocupadas caiu 2,0 pontos percentuais na base anual, refletindo a recuperação do mercado de trabalho do país.
A PNAD Contínua também mostrou que o rendimento real habitual do trabalhador cresceu 7,5% em um ano, para R$ 2.891. Em números reais, o trabalhador passou a receber R$ 202 a mais no país, visto que o rendimento médio era de R$ 2.689 um ano atrás.
Veja os setores que mais geraram empregos
O levantamento ainda informou quais setores geraram mais empregos no trimestre móvel de fevereiro a abril de 2023. Em resumo, nenhum dos dez grupamentos pesquisados fechou o trimestre móvel com saldo positivo, na comparação com o trimestre móvel anterior.
Em contrapartida, três grupamentos fecharam vagas formais no período: comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-1,4%, ou menos 265 mil pessoas), agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-2,4%, ou menos 204 mil pessoas) e serviços domésticos (-3,3%, ou menos 196 mil pessoas).
De acordo com o IBGE, os outros sete grupamentos que não tiveram variações significativas em relação ao trimestre móvel anterior foram:
- Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais;
- Alojamento e alimentação;
- Construção;
- Indústria geral;
- Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas;
- Outros serviços;
- Transporte, armazenagem e correio.
Resultado anual também fica fraco
O resultado trimestral indicou estabilidade na maior parte dos grupamentos pesquisados, e isso também aconteceu na base anual. Contudo, o número de vagas criadas no Brasil cresceu em três dos dez grupamentos pesquisados.
Veja abaixo os números de empregos criados nos últimos 12 meses até abril:
- Administração pública (+760 mil);
- Informação, comunicação e afins (+461 mil);
- Transportes, armazenagem e correio (+395 mil).
Por outro lado, o grupamento de agricultura, pecuária e afins registrou o fechamento de 455 mil postos de trabalho no período. Já os demais grupamentos não tiveram variações significativas em um ano.