O programa Auxílio Brasil vem sendo alvo de polêmicas desde 2022, quando dados de mais de 3,7 milhões de beneficiários foram vazados. Recentemente, a Justiça determinou que a União, a Caixa Econômica Federal, a Dataprev e a ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) paguem uma indenização no valor de R$15.000 para cada um desses beneficiários. No entanto, mesmo com essa decisão, ainda há incertezas sobre se todos os beneficiários realmente receberão essa compensação.
O Processo de Elegibilidade dos Beneficiários
O Instituto Sigilo, Instituto Brasileiro de Defesa da Proteção de Dados Pessoais, Compliance e Segurança da Informação, iniciou o processo de elegibilidade dos quase 4 milhões de beneficiários do programa Auxílio Brasil que tiveram seus dados vazados. Mais de 800 mil pessoas já se cadastraram no site do instituto para verificar se estão na lista de beneficiários afetados. Para conferir se têm direito à indenização, os beneficiários devem acessar o site do Sigilo e verificar se seus nomes constam na lista.
Vale ressaltar que, apesar do pedido de indenização ter sido julgado procedente em primeira instância, a Caixa Econômica Federal informou que pretende entrar com recurso. Dessa forma, o processo ainda está em andamento e nenhuma das partes recorreu até o momento. É importante que os beneficiários acompanhem o desenrolar do caso e se cadastrem no site do Sigilo para receberem informações atualizadas sobre o processo e, caso necessário, o depósito dos valores.
“O primeiro passo é as pessoas se apresentarem como interessadas. A partir desta etapa, embora não seja obrigatório, orientamos que elas se tornem associadas ao Sigilo para tornar o processo mais fácil, uma vez que dessa forma a justiça já vai considerá-las diretamente representadas na ação impetrada pela entidade.” – Victor Hugo Pereira Gonçalves, fundador e presidente do Sigilo.
O Vazamento de Dados e a Ação Judicial
Durante o governo de Jair Bolsonaro, em 2022, dados de mais de 3,7 milhões de pessoas que participaram do programa Auxílio Brasil foram vazados. Esses dados incluem informações como endereço, número de celular, data de nascimento, valor do benefício recebido, NIS (Número de Identificação Social) e informações de cadastro no SUS (Sistema Único de Saúde). De acordo com o processo, essas informações vazadas estavam sendo utilizadas por empresas do setor financeiro para a venda de crédito consignado. Além disso, o documento menciona o uso do programa Auxílio Brasil por Bolsonaro como uma “chantagem eleitoral”.
Decisões Judiciais e Possibilidade de Recursos
A decisão que determinou o pagamento da indenização de R$15.000 para cada beneficiário do Auxílio Brasil foi proferida em primeira instância. No entanto, ainda não é possível afirmar com certeza se todos os beneficiários terão direito à indenização, uma vez que as partes envolvidas no processo podem recorrer ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3). Além disso, mesmo após essa instância, ainda há a possibilidade de mais duas instâncias para recursos.
É importante que os beneficiários estejam cientes de que, mesmo sem a conclusão final do processo, é recomendado que realizem o cadastro no site do Instituto Sigilo para facilitar o recebimento de informações e o acompanhamento do caso. Esse cadastro também pode ser utilizado para se associar ao Sigilo e receber atualizações sobre o caso por e-mail, mensagem de WhatsApp ou telefone. Vale ressaltar que não há custos para fazer parte da ação, sendo que, em caso de vitória, uma porcentagem da indenização será destinada ao financiamento dos honorários.
Verificando a Elegibilidade para a Indenização
Para saber se têm direito à possível indenização de R$15.000, os beneficiários do Auxílio Brasil em 2022 devem acessar o site do Instituto Sigilo e clicar na opção “Conferir se tenho direito”. Nessa etapa, devem fornecer as informações solicitadas, como nome completo, e-mail, CPF e telefone. Após preencher esses dados, devem ler e aceitar a Política de Privacidade e os Termos de Uso.
É importante ressaltar que, mesmo que o beneficiário não seja obrigado a se associar ao Sigilo, isso pode facilitar o processo, uma vez que a justiça já considerará essas pessoas diretamente representadas na ação impetrada pela entidade. Dessa forma, o beneficiário estará mais amparado juridicamente e receberá informações atualizadas sobre o caso.