Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o Brasil encerrou o ano de 2022 com uma taxa de desemprego de 9,3%. O percentual equivale a cerca de 10 milhões de brasileiros desempregados. Trata-se do menor número de desemprego para um ano desde 2015.
Os dados foram divulgados pelo IBGE na manhã desta terça-feira, 28 de fevereiro. Os números mostram que houve uma melhora na condição do emprego no Brasil em comparação com os dados de antes da pandemia. Quando se compara 2022 com 2021, a queda é de 3,9 pontos percentuais nos dados do desemprego.
“O resultado anual é o menor desde 2015, mostrando que o mercado de trabalho não apenas confirma a tendência de recuperação após o impacto da pandemia da Covid-19, como ultrapassa o patamar pré-pandemia”, diz o instituto em nota.
Contudo, nem todos os dados são passíveis de comemoração. “No entanto, o número de pessoas em busca de trabalho está 46,4% mais alto que em 2014, quando o mercado de trabalho tinha o menor contingente de desocupados (6,8 milhões) da série histórica da PNAD Contínua”, destacou o IBGE.
É importante notar a diferença deste dado do IBGE para os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Segundo o Caged, o Brasil fechou cerca de 413 mil vagas de trabalho em dezembro do ano passado. Neste caso, o sistema considera apenas os dados de empregos regidos pela CLT.
Os números do IBGE tendem a ser mais amplos, e levam em consideração outras modalidades de emprego. Neste caso, por exemplo, o Instituto considera também os números do mercado de trabalho informal, que são o meio de subsistência de milhões de trabalhadores brasileiros atualmente.
Trabalho formal x trabalho informal
Nos últimos anos, o Brasil vem registrando um grande aumento no número de trabalhadores informais. São cidadãos que não possuem assinatura na carteira, e normalmente trabalham por conta própria em seus negócios.
Por um lado, esta modalidade de trabalho indica que cada vez mais brasileiros estão conseguindo criar uma renda sem a necessidade de uma contratação formal. Contudo, o crescimento deste sistema também preocupa críticos.
Membros do atual Ministério do Trabalho, por exemplo, dizem que o trabalho informal acaba sendo privado de uma série de direitos. Muitos trabalhadores não teriam nenhum tipo de amparo em caso de acidentes ou de doenças, por exemplo.
Este assunto deverá ser tema de debate nas próximas semanas. O Ministério do Trabalho afirma que vai criar uma espécie de grupo de trabalho para tratar sobre o assunto dos informações durante a nova gestão Lula.
Pandemia
De um modo geral, especialistas afirmam que os novos números do IBGE indicam que cada vez mais, o Brasil vai se livrando dos efeitos da pandemia no mercado de trabalho. Com a vacinação em massa, os números de novos casos de Covid-19 caíram drasticamente.
Com menos contaminações, menos serviços são fechados, e mais pessoas conseguem empregos, sem eles formais ou não. De todo modo, analistas afirmam que é preciso esperar para saber se esta melhora vai seguir acontecendo nos próximos meses.