O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que deverá rever o cronograma de aplicação do Novo Ensino Médio. A medida polêmica tem apoio de parte importante dos professores brasileiros. Aos alunos, a dica é começar a se preparar para os impactos que a decisão pode ter em momentos importantes, como é o caso do Enem, por exemplo.
Em primeiro lugar é importante lembrar que o Governo Federal vem sinalizando que vai suspender apenas o cronograma de mudanças. Ainda não há uma indicação de que a toda a Reforma do Ensino Médio vai ser suspensa também. De todo modo, mesmo que a mudança atinja apenas o calendário, as alterações devem afetar o Enem.
Caso se confirme a decisão de suspender o cronograma da Reforma, o Exame Nacional do Ensino Médio não mais precisaria seguir as diretrizes do Novo Ensino Médio em 2024, quando a prova teria que conter partes específicas de matérias previamente escolhidas pelos alunos.
Desta forma, em 2024 seguiria valendo o atual formato, que conta com uma mesma prova para todos os alunos. Assim, todos os estudantes teriam que responder perguntas sobre todas as áreas.
A nova portaria que deve ser publicada pelo Governo vai estabelecer uma série de prazos para que avaliações nacionais, como é o caso do Enem, sejam alteradas pela Reforma Educacional. Assim, se o calendário deixar de valer, como quer o novo Governo, o exame não mais precisaria ser alterado a partir do ano que vem.
Qual a crítica em relação ao sistema? Os alunos que estarão no terceiro ano do ensino médio no próximo ano ainda não sabem se precisarão fazer uma prova com todos os conteúdos, ou apenas com os assuntos que eles optaram por estudar durante o ensino médio.
Considerando a ideia de que o Governo aplique a nova agenda e suspenda o calendário, os estudantes que não tiveram acesso a determinadas matérias no decorrer dos três anos do ensino médio, terão que responder perguntas sobre estas áreas nas provas do próximo ano.
Há ainda um segundo problema apontado por educadores. Diante deste impasse, alunos de escolas privadas poderão ter mais oportunidades de se destacar. Afinal, os colégios particulares terão mais estrutura para correr atrás do tempo perdido e fornecer as aulas que os alunos não viram nos últimos anos.
O mesmo não se pode falar dos alunos de escolas públicas. Alguns deles precisam até mesmo trabalhar no contraturno e não terão tempo para conseguir correr atrás dos assuntos perdidos.
O Governo ainda não bateu o martelo sobre uma possível revogação do novo ensino médio. Segundo o Ministério da Educação, a ideia é fazer uma série de reuniões com grupos de trabalho para entender se será preciso realizar mudanças no atual sistema.
“Essa comissão segue rodadas de discussão com especialistas na área. Vamos fazer uma pesquisa. A partir de tudo isso, vamos avaliar as correções que devem ser feitas no Ensino Médio”, disse o Ministro da Educação, Camilo Santana (PT).