O gás de cozinha é uma das principais despesas das famílias brasileiras. Muitas pessoas sofrem para conseguir comprar o botijão de 13 quilos, que já chegou a custar 10% do salário mínimo em algumas regiões do país há alguns meses.
Na verdade, esse item costuma afetar de maneira significativa a renda de milhões de brasileiros. Os mais afetados são as famílias mais pobres, que estão em situação de vulnerabilidade social e econômica.
Muitas pessoas costumam seguir dicas para economizar o gás e fazê-lo durar por mais tempo, mas nem todo mundo consegue fazer isso. Por exemplo, as pessoas que utilizam aparelhos eletrodomésticos, como micro-ondas e fritadeira elétrica, podem reduzir o uso do gás de cozinha.
No entanto, esses aparelhos, além de serem caros para muitas famílias, também aumentam o valor da conta de luz, que é outra despesa que afeta o orçamento das famílias. Por isso, nem todo mundo vê esses aparelhos como alternativas para economizar o gás de cozinha.
Cabe salientar que, pouco mais de um ano atrás, os preços do botijão de gás estavam tão altos que algumas pessoas passaram a usar lenha para cozinhar. Contudo, os valores do gás de cozinha passaram a cair de maneira intensa no país em maio, aliviando o bolso dos consumidores.
Governo e Petrobras ajudam a baratear gás de cozinha
Os preços do gás de cozinha vêm caindo no país devido a dois fatores. O primeiro deles se refere ao Governo Federal, que publicou uma Medida Provisória (MP) no início deste ano, mantendo zeradas as alíquotas do PIS/Cofins (impostos) sobre diesel, biodiesel e gás liquefeito de petróleo (GLP), o famoso gás de cozinha. A decisão segue em vigor até 31 de dezembro.
Já o segundo motivo se refere à Petrobras. No dia 17 de maio, a empresa promoveu uma redução histórica no preço do gás de cozinha. Em resumo, a companhia reduziu em 21,3% o valor do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o famoso gás de cozinha. Essa redução correspondeu a R$ 8,97 por botijão de 13 quilos.
Esse reajuste se referiu às distribuidoras do país, com as quais a Petrobras tem contratos de comercialização do GLP. Por isso, a redução não deveria ser sentida pelos consumidores, pelo menos não em sua totalidade. Isso porque há outras variáveis que encarecem o preço de revenda do botijão de 13 quilos, como frete, mão de obra e margem de lucro.
Além disso, a Petrobras reduziu novamente o valor do gás de cozinha no dia 1º de julho, dessa vez em 3,9%. Isso animou ainda mais os consumidores do país, que estão conseguindo encontrar o botijão de gás a preços bastante acessíveis.
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio nacional do gás de cozinha caiu 7,2% entre os dias 21 de maio e 26 de agosto. Essa queda correspondeu a R$ 7,84, valor levemente menor que o primeiro reajuste promovido pela Petrobras.
UFs com os menores preços do gás de cozinha do país
A expectativa era que o preço médio do gás de cozinha caísse para abaixo de R$ 100 no país. No entanto, o levantamento da ANP mostrou que, na semana passada, o valor médio nacional foi de R$ 101,00, permanecendo acima da marca de R$ 100.
Ainda assim, dez unidades federativas (UFs) revenderam o botijão de gás a preços inferiores a R$ 100, maior número de 2023. Nestes locais, os consumidores conseguiram aproveitar valores mais acessíveis, comprometendo um pouco menos a renda familiar.
Confira abaixo as dez UFs com os preços preços médios do gás de cozinha na semana passada:
- Pernambuco: R$ 87,01;
- Distrito Federal: R$ 91,74;
- Rio de Janeiro: R$ 92,44;
- Alagoas: R$ 93,12;
- Espírito Santo: R$ 94,73;
- Maranhão: R$ 98,24;
- Paraná: R$ 98,37;
- Ceará: R$ 98,65;
- Piauí: R$ 98,72;
- Sergipe: R$ 98,73.
Cabe salientar que Pernambuco liderou o ranking nacional pela 14ª semana consecutiva, apresentando o menor valor do país. Aliás, o valor de revenda do gás de cozinha no estado nordestino ficou 13,8% menor que a média nacional.
Antes de Pernambuco assumir a liderança nacional, o Rio de Janeiro comercializou o botijão de 13 quilos mais barato do país em todas as semanas de 2023.
Contudo, desde a redução promovida pela Petrobras em maio, o valor do item caiu apenas 4,7% no Rio de Janeiro (R$ 4,62), enquanto a queda em Pernambuco chegou a 12,7% (R$ 12,68). Dessa forma, o estado nordestino conseguiu assumir a liderança do ranking, ultrapassando o estado fluminense, que também foi ultrapassado pelo Distrito Federal.
Capitais com os valores mais acessíveis do botijão de 13 quilos
Ao considerar apenas a capital das UFs, o resultado foi bem semelhante. Em suma, o valor do item foi menor que R$ 100 em dez locais.
Veja as capitais com os menores valores do país:
- Recife (PE): R$ 84,11;
- São Luís (MA): R$ 91,67;
- Brasília (DF): R$ 91,74;
- Curitiba (PR): R$ 92,99;
- Rio de Janeiro (RJ): R$ 93,93;
- Maceió (AL): R$ 94,36;
- Fortaleza (CE): R$ 95,76;
- Aracaju (SE): R$ 97,79;
- Vitória (ES): R$ 98,33;
- Teresina (PI): R$ 98,48.
Mais uma vez, os moradores da capital pernambucana também se beneficiaram com o gás de cozinha mais barato do país. Desde o reajuste promovido pela Petrobras, o preço do botijão de 13 quilos caiu 13,6% no Recife, superando tanto a redução nacional do período quanto a estadual.