Os trabalhadores brasileiros receberam uma notícia positiva nesta semana. A saber, o rendimento médio real de todos os trabalhos somou R$ 2.880 no primeiro trimestre de 2023. Isso quer dizer que, em média, os trabalhadores receberam 2,2 vezes mais que o salário mínimo vigente no país à época, de R$ 1.302.
O valor do rendimento ficou estável na comparação com os três meses anteriores (R$ 2.861). No entanto, quando comparado ao primeiro trimestre de 2022, o valor cresceu 7,4%, visto que os trabalhadores do país receberem, em média, R$ 2.682.
Esse dado mostra que os trabalhadores do país receberam mais entre janeiro e março deste ano, em ambas as comparações. A estabilidade se refere apenas aos fins estatísticos da pesquisa. Em resumo, o resultado reflete uma melhora do rendimento, para alegria dos trabalhadores do país.
Entre os dez grupamentos pesquisados, o rendimento cresceu em apenas dois deles:
- Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas: +3,5%, ou mais R$ 82;
- Serviços domésticos: +1,9%, ou mais R$ 21.
Por outro lado, o rendimento do grupamento de transporte, armazenagem e correio encolheu 3,8%, o que corresponde a uma redução de R$ 107 na renda dos trabalhadores.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada na semana.
Rendimento cresce em todas as regiões brasileiras
De acordo com o IBGE, a renda habitual real dos trabalhadores no primeiro trimestre cresceu apenas no Nordeste, em relação ao trimestre anterior. O rendimento na região nordestina chegou a R$ 1.979 entre janeiro e março deste ano, valor 31,3% menor que a média nacional.
Na base trimestral, as demais regiões não apresentaram alta estatisticamente significativa do rendimento, segundo o IBGE. Contudo, vale destacar que a renda dos trabalhadores também não caiu no período.
Já na comparação com o primeiro trimestre de 2022, o resultado foi bastante positivo, visto que o rendimento dos trabalhadores cresceu em todas as cinco regiões do país. O IBGE também revelou que a massa de rendimento real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, ficou estimada em R$ 277,2 bilhões.
Na comparação com o trimestre anterior, a massa de rendimento ficou estatisticamente estável (R$ 279,5 bilhões), apesar do decréscimo de R$ 2,3 bilhões. Já em relação ao primeiro trimestre de 2022 (R$ 250,2 bilhões), houve um aumento de 10,8% (ou R$ 27 bilhões).
Trabalhadores por conta própria
A PNAD Contínua também revelou que o número médio anual de trabalhadores por conta própria totalizou 25,2 milhões no primeiro trimestre deste ano. Isso representa 25,8% da população ocupada do país, que totalizou 97,8 milhões no período.
Em síntese, o número de trabalhadores por conta própria ficou estatisticamente estável, tanto na comparação trimestral quanto na anual. Ao considerar as unidades federativas (UFs), o percentual de trabalhadores por conta própria superou a média nacional no primeiro trimestre em 15 das 27 UFs.
Veja abaixo os estados com os maiores percentuais de trabalhadores por conta própria do país entre janeiro e março deste ano:
- Rondônia: 37,3%;
- Amazonas: 32,5%;
- Amapá: 32,3%;
- Pará: 31,7%
- Maranhão: 31,5%;
- Pernambuco: 30,4%;
- Bahia: 29,4%;
- Paraíba: 29,3%;
- Ceará: 28,9%;
- Piauí: 28,0%;
- Acre: 28,0%;
- Rio Grande do Norte: 27,1%;
- Rio de Janeiro: 27,0%;
- Roraima: 26,7%;
- Mato Grosso: 26,2%.
Em suma, Rondônia continuou na primeira posição do ranking nacional nos primeiros meses de 2023, assim como ocorreu nos dois trimestres anteriores.
Vale destacar que a taxa de trabalhadores por conta própria vem crescendo de maneira significativa em Rondônia. No primeiro trimestre de 2022, o estado nortista tinha a quarta maior taxa do país. Contudo, ultrapassou o top três e assumiu a liderança no terceiro trimestre do ano passado.
Os dados também mostram que os estados do Norte e do Nordeste tiveram os maiores percentuais do Brasil. Aliás, ambas as regiões também concentraram as maiores proporções de trabalhadores informais do país.
Distrito Federal tem menor taxa do país
O IBGE também revelou a outra ponta do ranking. Em resumo, o Distrito Federal teve a menor taxa de trabalhadores por conta própria do país, assim como ocorreu em todos os trimestres de 2022. O percentual desses trabalhadores no DF ficou em 20,7%, ou seja, 5,1 pontos percentuais (p.p.) inferior à média nacional. No trimestre anterior, a diferença havia sido de 6,2 p.p.
Veja as UFs que tiveram as menores proporções de trabalhadores por conta própria do país no primeiro trimestre.
- Distrito Federal: 20,7%;
- Tocantins: 21,3%;
- Mato Grosso do Sul: 22,3%;
- Sergipe: 22,7%;
- Goiás: 22,9%;
- Paraná: 23,0%;
- São Paulo: 23,5%;
- Minas Gerais: 24,1%;
- Santa Catarina: 24,4%;
- Alagoas: 24,5%;
- Rio Grande do Sul: 24,8%;
- Espírito Santo: 25,6%.
Por fim, vale destacar que todas estas taxas ficaram abaixo da média nacional. Inclusive, a menor taxa foi observada no Distrito Federal, mas o cenário pode mudar na próxima atualização, visto que a diferença para o Tocantins caiu de 1,8 p.p. para 0,6 p.p.