A Câmara dos Deputados avança com um novo marco fiscal, marcando uma reviravolta nas regras fiscais em vigor desde 2016. No entanto, duas importantes peças do quebra-cabeça financeiro, o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) e o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), não farão parte dessa nova abordagem.
Substituição do teto de gastos: nova estrutura fiscal é aprovada pela Câmara
Com uma votação de 379 a 64, a emenda do Senado que excluiu esses fundos das novas regras fiscais foi aprovada na noite da última terça-feira (22). Agora, com a votação concluída, o texto segue para a sanção presidencial, marcando um momento significativo na estrutura fiscal do país.
Um novo horizonte fiscal: substituindo o teto de gastos
O novo marco fiscal, aprovado pela Câmara dos Deputados, traz consigo uma série de mudanças que repercutirão em todo o país. Isso porque o teto de gastos, que estava em vigor desde 2016, será extinto com a entrada em vigor do novo marco.
Dessa forma, seguindo o que foi previsto na Emenda Constitucional da Transição, que foi aprovada no final do ano passado. No entanto, para que o fim do teto pudesse ser efetivado, a aprovação do arcabouço fiscal era um passo crucial.
Retiradas estratégicas: FCDF e Fundeb
Uma das movimentações notáveis foi a exclusão do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) do novo arcabouço fiscal.
Contudo, essa decisão não foi tomada de forma aleatória, mas sim como resultado de um acordo meticulosamente construído. Liderados pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), membros da base governista, especialistas do Ministério da Fazenda e o relator do projeto de lei complementar na Câmara, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), colaboraram para definir essa abordagem.
Desafios na abordagem da inflação
Enquanto a maior parte das mudanças foi aceita por consenso, houve um ponto de desacordo entre o governo e os deputados. Este ponto envolve a mudança no período de cálculo da inflação, usado para ajustar o limite de gastos.
Desse modo, a proposta inicial do Senado era calcular as despesas com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro a dezembro do ano anterior.
No entanto, a Câmara rejeitou essa alteração e optou por corrigir as despesas com base no IPCA acumulado entre julho de dois anos antes e junho do ano anterior. Essa mudança pode impactar as projeções de gastos, principalmente considerando as variações da inflação.
Perspectivas para a ciência e tecnologia
Um destaque notável durante o processo de aprovação foi a defesa das verbas destinadas à ciência e tecnologia. Um destaque apresentado pelo PDT buscava a exclusão desses recursos do novo arcabouço fiscal, porém, foi rejeitado pelo Plenário da Câmara. A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, até compareceu pessoalmente para defender a manutenção desses fundos.
Governança financeira: Comitê de Modernização Fiscal
Outra proposta, apresentada pelo MDB, visava estabelecer um Comitê de Modernização Fiscal. Essa iniciativa tinha como objetivo aprimorar a governança das finanças federais e aumentar a transparência do Orçamento. No entanto, este destaque também foi rejeitado, indicando uma priorização de outras abordagens para lidar com os desafios fiscais.
Um novo capítulo fiscal
A aprovação do novo arcabouço fiscal pela Câmara dos Deputados representa um passo significativo em direção a uma nova abordagem das regras fiscais no Brasil. Com o teto de gastos sendo substituído, mudanças profundas estão por vir.
Dessa forma, a exclusão dos fundos FCDF e Fundeb, assim como os desafios na determinação da inflação, indicam que ajustes precisos são necessários para moldar um futuro financeiro mais sólido. Enquanto isso, a defesa das verbas para ciência e tecnologia destaca a importância de setores-chave no desenvolvimento nacional.