SP: Sindicatos vão à Justiça para tentar impedir volta às aulas presenciais
Sindicatos atuantes a causas relativas a professores da rede pública de São Paulo foram à Justiça para tentar impedir a volta às aulas presenciais. As entidades alegam que não há como retornar enquanto a pandemia do novo coronavírus se mostrar descontrolada.
Diversas instituições: Fepesp (Federação dos Professores do Estado de São Paulo), Afuse (Sindicato dos Funcionários e Servidores da Educação do Estado de São Paulo), Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), assim como o CPP (Centro do Professorado Paulista) entraram com ação na última semana para manifestar a contrariedade.
De acordo com o presidente da Fepesp, Celso Napolitano, a retomada para atividades extracurriculares ocorrida no último dia 8 não apresenta benefícios. “Pedagogicamente, é complicado, ineficaz. Não tem sentido um retorno agora”, argumenta.
A instituição acredita que a melhor decisão é determinar a volta das aulas presenciais somente em 2021. A comparação que o governo faz de São Paulo com países europeus, de acordo com Napolitano, por vivenciarem períodos diferentes da pandemia.
O sindicato dos diretores de escolas estaduais (Udemo), Chico Poli, presidente da organização também se mostra contra a decisão do governo de reabrir as instituições de ensino. “Neste momento, é impossível e irresponsável a volta das atividades presenciais nas escolas”, alega.
De acordo com Poli, falta estrutura para que as escolas públicas sigam os protocolos sanitários. Entre as medidas necessárias constam o uso de máscara, higiene das mãos a cada hora, distanciamento dentro e fora da sala de aula. Ademais, decidiu-se pelas refeições dentro das classes.
Nesse mesmo sentido, o sindicato das escolas privadas, o Sieeesp, diz que vai aguardar o anúncio completo da Prefeitura para definir se entrará com mais uma ação na Justiça.
Governo de São Paulo divulga diretrizes para o retorno às aulas presenciais
Apenas 21 prefeituras de São Paulo retomaram as aulas
De acordo com levantamento da União dos Dirigentes Municipais de Educação do Estado de São Paulo (Undime-SP), apenas 21 prefeituras reabriram as escolas estaduais em São Paulo.
Segundo o Governo de SP, 128 municípios sinalizaram retorno das escolas da rede em setembro. Contudo, ao levantamento da Undime-SP, apenas 21 informaram a retomada.
O Estado possui ao todo 645 municípios. Desse modo, o número corresponde apenas a 4% das prefeituras que responderam ao levantamento.
Além disso, o levantamento prévio indicou que a maioria dos municípios – cerca de 67% – ainda não definiu se as atividades presenciais de ensino voltam este ano. Enquanto 32% dos municípios afirmou que o retorno deve ocorrer em 2021, só 1% pretende que as atividades de ensino voltem ainda em 2020.