Há muitas incertezas cercando a retomada das aulas presenciais em São Paulo, cidade com maior número de casos de coronavírus no Brasil. Diante disso, nesta quinta-feira (27), o prefeito Bruno Covas (PSDB), disse que a divulgação a respeito do tema ocorrerá em setembro.
Covas revelou que no próximo mês deve ser decidido se as escolas municipais retornam ainda em 2020 ou somente no ano de 2021. A saber, algumas cidades metropolitanas já determinaram que as aulas só retornam no ano que vem.
A área da saúde, segundo Covas, será a responsável por verificar se há ou não condições para reabrir as instituições de ensino.
Logo após o inquérito sorológico encomendado pela prefeitura revelar números preocupantes de possibilidade de contaminação entre estudantes, adiou-se o início das aulas em setembro..
De acordo com Covas, espera-se agora a terceira fase do inquérito, programada para a segunda quinzena do mês. Nessa pesquisa, estudantes de escolas privadas e estaduais na cidade também serão incluídas.
Segundo resultados do primeiro inquérito sorológico, 18,3% dos estudantes da rede municipal já possuem anticorpos contra coronavírus. Isto é, mais de 123 mil alunos.
“A decisão de retorno ou não é da área da saúde. A partir do momento que a área da saúde decidir, vale para a rede municipal, privada e estadual. A rede municipal está preparada para qualquer que seja a decisão, seja para retomar neste ano, seja retomar no ano que vem”, disse.
Inquérito sorológico antes da reabertura de escolas
O prefeito Bruno Covas afirmou que ainda não é possível saber se há uma tendência de alta ou não entre os estudantes.
“Esse aumento de 16,1% para 18,3% pode ser uma tendência de aumento ou que estamos operando na mesma faixa. Por isso, só o terceiro inquérito vai confirmar se se trata de um aumento ou se é o mesmo número”, disse Covas.
O estudo mostra que 69,5% dos estudantes são assintomáticos e 26,3% convivem com idosos em casa, o principal grupo de risco para o coronavírus.
O inquérito foi feito com 6 mil alunos. De acordo com o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, a pesquisa passará a ser feita agora com alunos das escolas particulares e estaduais na cidade de São Paulo.
A mais atingida é a classe D e E, que tem prevalência acima da média, de 19,5%.
Também houve inquérito sorológico para adultos, onde manteve-se a prevalência de 11% da população com anticorpos. Covas ressaltou a maior incidência entre os pobres e a estabilidade mesmo com a reabertura.
“Se por um lado há a confirmação dessa tendência do coronavírus, que jogou luz sobre a desigualdade na cidade de São Paulo, há também uma certa confirmação de tendência que é a manutenção do índice de prevalência em 11%. O que reforça que a prefeitura começou a promover flexibilização aqui na cidade, as pessoas estão mantendo a preocupação, o controle e o respeito às normas sanitárias e a gente tem conseguido reabrir sem um segundo pico da doença na cidade de São Paulo”, disse o prefeito Bruno Covas.