Dólar SOBE nesta sexta-feira (17/11), mas fecha semana em QUEDA

O dólar apresentou variações pouco expressivas nesta semana, registrando quedas e altas com pouca intensidade em boa parte dos pregões. Os investidores repercutiram dados vindos dos Estados Unidos, mas também ficaram atentos às questões do Brasil.

Nesta sexta-feira (17), o dólar fechou o pregão em alta de 0,76%, cotado a R$ 4,9064. Apesar do avanço, a moeda americana fechou a semana em leve queda de 0,16%, enfraquecida, principalmente, por dados positivos vindos dos EUA.

Com isso, o dólar continuou acumulando um forte recuo em novembro, que chegou a 2,66%. O resultado sucede as altas de agosto (4,68%)setembro (1,55%) e outubro (0,28%), e mostra que a desaceleração observada nos últimos meses está culminando em uma queda firme em novembro, ao menos até agora.

Já no acumulado de 2023, a divisa tem um recuo ainda mais intenso, de 7,04% no ano. Inclusive, a queda anual chegou a atingir 11% em julho, mas as preocupações com o exterior impulsionaram o dólar nos últimos meses, reduzindo boa parte das perdas.

Veja o que afetou a cotação do dólar na semana

Durante toda a semana, os investidores ficaram de olho, principalmente, em dois locais: os Estados Unidos e o Brasil. No primeiro caso, atenção ficou voltada à divulgação de dados econômicos no país, que podem influenciar a taxa de juros da maior economia mundial.

Em resumo, tudo o que acontece nos Estados Unidos ganha repercussão internacional, já que o país é muito importante para todo o mundo. Por isso, qualquer informação relacionada à inflação ou aos juros no país acaba repercutindo entre os investidores.

No âmbito doméstico, os investidores se mostraram otimistas em relação à definição da meta de zerar o déficit fiscal das contas públicas em 2024. Contudo, a divulgação da prévia do Produto Interno Bruto (PIB) decepcionou e ajudou a impulsionar o dólar nesta sexta-feira (17).

Dólar recua levemente em semana marcada por repercussão de dados domésticos e dos EUA
Dólar recua levemente em semana marcada por repercussão de dados domésticos e dos EUA. Imagem: Agência Brasil.

Dados econômicos dos EUA animam mercado

Na semana, os mercados repercutiram a divulgação da inflação de outubro nos EUA. A taxa ficou nula e isso surpreendeu o mercado, já que a expectativa era de alta de 0,1% no mês.

O resultado sucedeu o avanço de 0,4% registrado em setembro e repercutiu de maneira positiva no mercado de câmbio. Isso aconteceu porque a inflação mais fraca que o esperado nos EUA tende a significar que os juros não vão subir no país, algo que os investidores temem que aconteça.

Na verdade, a inflação é um dado muito importante, pois tem o poder de influenciar o rumo da política monetária nos EUA. Quanto mais elevada está a inflação, maiores são os riscos de o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, elevar os juros no país, algo que os investidores não desejam.

Em suma, especialistas entendem que o Fed está bastante dependente dos dados para tomar qualquer decisão. Portanto, os dados mais fracos da inflação animaram os investidores, que buscaram ativos de risco durante alguns pregões da semana, deixando o dólar de lado.

Meta fiscal do Brasil em 2024 repercute

Já no âmbito doméstico, o mercado repercutiu a informação de que o governo federal desistiu de alterar a meta fiscal para 2024. Em resumo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vinha defendendo o déficit zero das contas públicas no ano que vem, mas esse informação perdeu força nas últimas semanas.

Isso porque o presidente Lula havia afirmado no final de outubro que “dificilmente” o Brasil conseguiria zerar o déficit em suas contas em 2024. A declaração preocupou o mercado, principalmente por causa da pouca importância que o presidente pareceu dar ao tema.

Ainda em outubro, o ministro Haddad não afirmou nem negou se a meta de zerar o déficit das contas havia mudado. Esse posicionamento foi bem diferente das últimas declarações do ministro, que vinha defendendo fortemente a redução para zero do déficit das contas públicas em 2024.

No entanto, o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias no Congresso, deputado Danilo Forte (União-CE), disse na véspera (16) que o governo manteve a meta de zerar o déficit das contas públicas em 2024, causando alívio ao mercado.

Como o governo pretende zerar o déficit fiscal?

Em primeiro lugar, vale destacar que a decisão do governo em manter a meta de zerar o déficit fiscal em 2024 proporciona maior tempo para o ministro Fernando Haddad. Assim, ele tentará conseguir a tramitação no Congresso Nacional de algumas medidas que aumentem a arrecadação federal.

Além disso, a meta fiscal de 2024 prevê que o governo federal gaste apenas o que arrecadar e o que possuir em caixa. Em outras palavras, o Executivo não irá aumentar a dívida pública com gastos e investimentos, uma vez que irá gastar apenas o que tiver.

Prévia do PIB vem mais fraca que o esperado

Nesta sexta-feira (17), o principal fato que repercutiu entre os investidores foi a divulgação do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que é realizado pelo Banco Central (BC). O indicador é considerado a prévia do PIB e seu resultado em setembro decepcionou os analistas.

Em síntese, o IBC-Br caiu 0,06% em setembro, mas o mercado projetava alta de 0,2% naquele mês. Esse resultado ligou o sinal e alerta entre os investidores e os fez buscar dólares na sessão de hoje.

Por fim, vale destacar que esta sexta-feira (17) também ficou marcada pela compra do dólar por importadores e outros agentes do mercado. Eles aproveitaram as cotações mais baixas da moeda norte-americana e aproveitaram para comprá-la, o que ajudou a impulsionar sua cotação no dia.

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