Agora é oficial. A gigante chinesa Shein anunciou nesta quinta-feira (24) a aquisição de um terço do grupo SPARC em participação. Esta é a joint venture que inclui uma série de marcas como a fast fashion Forever 21. O grupo Sparc também já confirmou que o acordo entre as suas partes foi oficialmente firmado.
Para além da Forever 21, a Sparc também é dona de outras marcas famosas no mundo da moda como Nautica e Rebook. Com a decisão, haverá impacto para os consumidores. Os três mais imediatos são:
- Produtos da Forever 21 poderão ser vendidos dentro do aplicativo oficial da Shein;
- Produtos da Shein poderão ser vendidos de forma presencial nas lojas físicas da Forever 21;
- Clientes também poderão devolver peças da Shein nas lojas da marca da Forever 21 nos Estados Unidos.
“O plano é acelerar a inovação de produtos, explorar estratégias para novos negócios, aprimorar a experiência dos usuários e potencializar a presença das marcas no mercado”, diz a nota das empresas.
“Trabalhando juntos, teremos a oportunidade de oferecer produtos ainda mais inovadores para os amantes da moda em todo o mundo”, , disse em nota Marc Miller, CEO do Grupo SPARC
O grupo Sparc
Hoje, o grupo Sparc conta com mais de 32,1 mil funcionários em todas as suas lojas em mais de 65 países onde atua. Dados oficiais apontam que as vendas anuais ultrapassam os US$ 12 bilhões com frequência.
Em 2022, a Forever 21 fechou todas as suas lojas no Brasil. Atualmente, a marca está em processo de recuperação judicial nos Estados Unidos. O argumento para este pedido é justamente a impossibilidade de competir com o comércio online.
Hoje, a empresa conta com 414 lojas nos EUA e mais 146 em outros países, segundo dados revelados recentemente pelo The Wall Street Journal.
A Shein
Já a Shein funciona em um processo de venda de roupas e acessórios para mais de 150 países. A empresa foi avaliada em US$ 66 bilhões em maio, em uma rodada de captação.
Hoje, a Shein considera que o Brasil é um dos seus principais mercados de produtos digitais. Os números mais recentes corroboram com este sentimento. Dados oficiais indicam que o aplicativo da Shein conta com mais de 150 milhões de usuários. Os números consideram também os visitantes do site oficial.
Nos últimos meses, a Shein vem se envolvendo em uma grande polêmica com o governo federal. O Ministério da Fazenda vem fechando o cerco para impedir que esta, ou qualquer outra empresa asiática, consiga sonegar impostos.
Para tanto, o governo decidiu criar o Remessa Conforme. Trata-se de uma série de novas normas que devem mudar a maneira como as taxações de compras internacionais são feitas no Brasil. O sistema começou a valer no dia 1º de agosto, e atinge diretamente marcas como a Shein.
As mudanças do Remessa Conforme
De uma maneira geral, a grande mudança que está sendo aplicada por este novo sistema é mesmo a isenção total dos produtos que custam até US$ 50. Desde o dia 1º de agosto, as compras que custam até este valor não mais precisarão passar pela taxação do chamado imposto de importação.
Contudo, tal regra só será indicada para a empresa internacional que aceitar entrar para o sistema do Remessa Conforme. Ao aderir ao projeto, a companhia internacional também vai ter que se comprometer a cobrar o ICMS de 17% para os produtos que custam menos do que US$ 50.
Para os produtos que custam mais de US$ 50, pouca coisa muda. Para estes casos, as pessoas seguirão tendo que pagar o imposto de importação, com alíquota de 60%, mais o ICMS de 17% sobre este itens.
Em resumo, o Remessa Conforme vai aplicar estes impactos para o consumidor:
- Valores deverão ficar mais caros na prática;
- Consumidor vai ter que pagar o imposto com antecedência;
- Produto internacional vai chegar mais rápido em sua casa.