O volume de serviços no país cresceu 0,2% em junho deste ano, na comparação com maio. A alta é a segunda consecutiva e aproximou ainda mais o setor do recorde histórico registrado em dezembro de 2022.
Em resumo, o setor de serviços iniciou o ano em queda, afundando em janeiro. O resultado negativo foi provocado pela forte base comparativa, frente a dezembro de 2022, pois o volume de serviços costuma apresentar um forte resultado no último mês de cada ano.
Nos meses seguintes, os resultados foram majoritariamente positivos. Assim, com o acréscimo do resultado de junho, o setor passou ficar 12,1% acima do nível de fevereiro de 2020, último mês antes da decretação da pandemia da covid-19. Contudo, o valor está 1,5% abaixo do recorde registrado no final do ano passado.
Pandemia afunda serviços
Nos últimos anos, a crise sanitária prejudicou significativamente o setor de serviços no país. O incentivo à restrição da circulação das pessoas para diminuir os riscos de disseminação do vírus afetou diversas atividades que dependem fortemente da presença física das pessoas.
Passados os fortes impactos registrados em 2020, o setor passou a se recuperar em 2021, fortalecendo o ritmo de crescimento em 2022, e, agora, em 2023. Aliás, no acumulado do primeiro semestre de 2023, o volume de serviços cresceu 4,7% na comparação com o mesmo período de 2022.
Em suma, houve taxas positivas em quatro das cinco atividades pesquisadas, bem como em 61,4% dos 166 tipos de serviços investigados. A propósito, todos os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Três das cinco atividades de serviços crescem no mês
De acordo com o IBGE, três das cinco atividades pesquisadas do setor de serviços encerraram junho em alta, na comparação com maio, impulsionando a média nacional. Veja abaixo as variações de cada uma das cinco atividades:
- Serviços prestados às famílias (1,9%);
- Serviços profissionais, administrativos e complementares (0,8%);
- Informação e comunicação (0,5%);
- Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-0,3%);
- Outros serviços (-0,4%).
Em síntese, o destaque do mês foram os serviços profissionais, administrativos e complementares, que recuperaram parte da queda registrada em maio (-1,2%).
“Entre os destaques dessa atividade estão as empresas de atividades jurídicas, as de administração de cartões de desconto e de programas de fidelidade e as de engenharia. Um fator que pode explicar esse crescimento no primeiro segmento são os ganhos de causa que eventualmente ocorrem no mesmo período em várias empresas e provocam o aumento de receita“, explicou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Serviços prestados às famílias crescem em junho
Em junho, o ramo de serviços prestados às famílias conseguiu registrar a terceira taxa positiva consecutiva. Entre abril e junho, a atividade acumulou ganho de 4,1%, fortalecendo o setor nacional de serviços.
“O segundo maior impacto sobre o índice geral veio dessa atividade, que foi impulsionada pelo crescimento da receita de empresas de restaurantes e de espetáculos teatrais e musicais“, disse Lobo.
A pandemia da covid-19 afetou fortemente os serviços prestados às famílias. Isso aconteceu porque o governo passou a incentivar o distanciamento social, afetando a atividade, que se baseia em serviços realizados presencialmente. Assim, o seu desempenho acabou sendo muito prejudicado pela pandemia.
Com a melhora do quadro sanitário no país, a atividade vem recuperando as perdas e registrando taxas positivas nos últimos meses.
Setor de serviços cresce em 16 das 27 UFs
A pesquisa também revelou que o setor de serviços cresceu em 16 das 27 unidades federativas (UFs) em junho. Entre os avanços, as taxas mais importantes vieram, respectivamente, de:
- São Paulo: 0,3%;
- Paraná: 1,9%;
- Distrito Federal: 2,9%;
- Minas Gerais: 0,9%.
Por outro lado, a principal contribuição negativa veio do Rio de Janeiro (-2,4%), que limitou o ganho do setor de serviços em junho.
No acumulado de 2023, o volume de serviços cresceu 4,7% no Brasil graças às taxas positivas disseminadas. A saber, 25 das 27 UFs registraram aumento das receitas no período, impulsionando a taxa nacional.
No primeiro semestre deste ano, as principais contribuições positivas vieram, respectivamente, de: Minas Gerais (9,2%), São Paulo (1,4%), Rio de Janeiro (5,6%), Paraná (11,8%), Santa Catarina (11,0%) e Rio Grande do Sul (7,5%). Em contrapartida, as únicas taxas negativas foram registradas em Mato Grosso do Sul (-1,1%) e Amapá (-0,9%).
Por fim, vale destacar que os serviços respondem por quase 70% do PIB brasileiro. Além disso, o setor é considerado o maior empregador do país, segundo o IBGE. Isso quer dizer que, quanto mais o setor crescer, mais a economia brasileira vai avançar.