A partir do próximo dia 23 de maio, mais um grupo de servidores federais deverá entrar oficialmente em greve. Estamos falando dos trabalhadores do Tesouro Nacional. Em uma reunião realizada nesta semana, os empregados do órgão decidiram iniciar o movimento grevista para pedir por um reajuste salarial.
Segundo informações do Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle (Unacon Sindical), a opção pela greve foi a escolha da maioria dos servidores do Tesouro. Pouco mais de 70% dos trabalhadores da área decidiram que a paralisação dos trabalhos deve começar no dia 23 de maio.
“A greve é um último recurso, mas neste momento crítico em que o prazo legal para recomposição salarial em ano eleitoral se esgota e em que persiste a sinalização do governo de reajustes discriminando a carreira de Finanças e Controle, os servidores do Tesouro Nacional aprovaram a intensificação da mobilização”, afirmou Bráulio Cerqueira, presidente do Unacon Sindical, em nota.
“Não abrimos mão de defender a nossa carreira e nossas instituições”, acrescentou ele, sem citar nominalmente o presidente Jair Bolsonaro. Com a decisão dos servidores do Tesouro, aumenta a pressão sobre o Governo em relação ao aumento salarial para os trabalhadores de nível federal neste momento.
Neste momento, o Planalto já monitora a situação de duas paralisações. Uma delas é a dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a outra é a dos trabalhadores do Banco Central (BC). Em todos os casos, os manifestantes pedem por melhorias nas condições de trabalho e também pelo reajuste salarial.
Promessas do Governo Federal
Ainda no final do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro disse publicamente em mais de uma ocasião, que pagaria um reajuste para os servidores da área da segurança pública. A notícia acabou gerando uma onda de insatisfação em outros setores.
Assim como os profissionais de segurança, trabalhadores de outras áreas também não recebem um reajuste salarial há alguns anos. Dessa forma, ao menos uma parte dos servidores decidiu parar de trabalhar por tempo indeterminado.
Recentemente, o Governo Federal sinalizou que deve pagar um aumento de 5% para todos os servidores federais, e não apenas para os da segurança. No entanto, a sinalização parece não ter surtido o efeito desejado pelo Planalto até aqui.
Servidores do BC e do INSS vem dizendo que desejam um reajuste maior. Nesta semana, o Congresso Nacional convidou o Ministro da Economia, Paulo Guedes, para dar explicações sobre toda esta história no plenário da Câmara dos Deputados.
Reajuste
Na última semana, o vice-presidente, Hamilton Mourão (Republicanos) polemizou ao afirmar que os servidores precisariam entender que não há dinheiro para aumentos neste momento. Ele se colocou também como um servidor público.
Mourão argumentou que mesmo que a situação não seja das melhores, os servidores não perderam o emprego durante a pandemia, e defendeu que o Governo Federal concentre os esforços nas pessoas que não recebem nada agora.