Senado aprova projeto que prioriza mulheres no trabalho

Senado aprova projeto que prioriza mulheres no mercado de trabalho

Projeto prevê que mulheres vítimas de violência doméstica terão uma cota dentro do Sistema Nacional de Emprego (Sine)

O Senado Federal aprovou nesta semana um projeto de lei que concede cota para mulheres vítimas de violência doméstica no mercado de trabalho. A ideia é que as cidadãs tenham prioridade no Sistema Nacional de Emprego (Sine), o órgão que organiza as vagas de trabalho no país.

Com a aprovação do projeto, o texto segue agora para a sanção presidencial. A relatora do documento foi a senadora Augusta Brito (PT-CE). Ela defendeu a aprovação do PL 3.878/2020, afirmando que a lei poderá dar mais dignidade para as mulheres que acabaram de passar por uma situação de violência.

“Dar a chance de uma mulher que está em situação de violência doméstica conseguir sua autonomia financeira também é um suporte, uma forma de acolhimento, uma medida que tem o potencial de alavancar a sua autoestima, dando-lhe oportunidade de sair do ciclo de violência”, disse Brito.

Segundo o texto do projeto, haverá uma reserva sempre de 10% das vagas do Sine para as mulheres que se encontram em situação de violência. Caso as vagas não sejam preenchidas, as cotas devem seguir para as mulheres em geral, e somente depois para o público em geral.

“Sofrer agressão implica desvantagem direta para as capacidades femininas em todos os campos, mas especialmente na inserção do mercado de trabalho, situação que acaba provocando a permanência das mulheres num lar violento”, disse a Senadora. O projeto já tinha sido aprovado pela Câmara em 2021.

“Suporte”

Na justificativa do projeto, que está disponível no site oficial do Senado Federal, A Senadora Augusta Brito argumentou que o estado brasileiro precisa criar novas maneiras de proteger cada vez mais as mulheres vítimas de violência doméstica.

“Ressaltamos que a regulamentação deverá garantir o acesso prioritário e facilitado dessas mulheres extremamente fragilizadas ao trabalho, como também assegurar o tratamento sigiloso das informações sensíveis envolvendo sua condição de vítima de violência doméstica. Isto porque, não custa repetir, nossa Constituição impõe o respeito à inviolabilidade da intimidade, honra e imagem, nos termos do seu art. 5º, inciso X.”

“Dessa maneira, afasta-se a possibilidade de revitimização delas, que tanto precisam de acolhimento e apoio. Dar a chance de a mulher que está em situação de violência doméstica conseguir sua autonomia financeira também é um suporte, uma forma de acolhimento, medida que tem o potencial de alavancar a sua autoestima, dando-lhe a oportunidade de romper com laços que a mantém subjugada a um lar violento.”

Projetos para mulheres

No final da manhã desta quarta-feira (8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou de um evento em alusão ao Dia da Mulher. Na ocasião, o petista apresentou uma série de propostas para o público feminino no Brasil.

Entre outros pontos, ele anunciou a criação de uma lei que obriga empresas a equipararem os salários de homens e mulheres que desempenham as mesmas funções no trabalho.

“Nada, absolutamente nada justifica a desigualdade de gênero. A medicina não explica. A biologia não explica. A anatomia não explica. Talvez a explicação esteja no receio dos homens de serem superados pelas mulheres. É isso que não faz sentido algum. Primeiro porque as mulheres querem igualdade, não superioridade. Segundo porque quanto mais as mulheres avançam, mais o país avança. E isso é bom para toda a população.”

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