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Sem abrir concurso, INSS precisa de 21 mil novos servidores, diz entidade

O déficit de servidores no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é grande. Atualmente, o órgão conta com uma necessidade de 21 mil servidores, conforme dados da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), em nota divulgada em seu site no dia 05 de novembro.

A entidade vem lutando, há anos, por um novo edital de concurso público a fim de repor o quadro de servidores da autarquia. A Fenasps, mais uma vez, denuncia o problema que já afeta milhares de brasileiros: a fila de espera do INSS.

De acordo com dados do  Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), o número de processos já está em torno de 1,5 milhão. O quantitativo varia constantemente conforme novos pedidos entram e saem, mas o Governo Federal ainda não conseguiu resolver os atrasos.

Segundo lei, o INSS deve responder um pedido em até 45 dias. No entanto, em alguns casos a média de espera pode chegar a até oito meses. A falta de 21 mil trabalhadores é uma das principais causa. Segundo nota da Fenasps, a autarquia perdeu cerca de um terço da força de trabalho nos últimos cinco anos por conta de aposentadorias.

Concurso INSS temporários fez apenas 2,9 mil contratações; déficit permanece

Recentemente, o Governo abriu um novo edital de processo seletivo para o Instituto do Seguro Social (INSS), em caráter temporário. A autarquia abriu uma nova seleção a fim de reduzir a fila de segurados.

Inicialmente, eram previstas cerca de 7,4 mil contratações de aposentados e militares da reserva, que iriam atuar na análise de benefícios e no apoio administrativo, substituindo servidores. No entanto, o quantitativo total não foi preenchido.

De acordo com informações do G1, o número de contratos temporários firmados com o INSS ficou em 2.928. A Medida Provisória (MP) que permitia esse modelo de contratação expirou por falta de apoio no legislativo.

De acordo com os últimos dados divulgados pelo quadro de servidores do INSS, o número de cargos vagos já passa dos 20 mil. A falta de profissionais é um dos agravantes da fila, que hoje tem cerca de 1,4 milhão de pedidos pendentes para análise.

O Governo planejava chamar 7,4 mil aposentados e militares para normalização da fila, ou seja, chegasse a um número razoável de pedidos pendentes e sem atraso, até outubro do ano que vem.

INSS não protocolou abertura de novo concurso

Até 2021, o INSS espera que o dimensionamento e planejamento de recursos humanos de médio e longo prazo de seu quadro fiquem pronto, o que permitira, assim, a abertura de novo concurso público.

Confira na íntegra a nota do INSS:

“O INSS não protocolou solicitação de concurso público junto ao Governo Federal em 2020. Entretanto, como o próprio presidente já destacou, em diversas ocasiões, o INSS passa, neste momento, pela maior transformação de sua história, que findará em novos rumos para a autarquia, com prestação de serviço com mais agilidade, qualidade e segurança. Destacamos que, neste momento de transformação, estão sendo realizados profundos estudos no órgão, no sentido de mapear, considerando o novo cenário em que a Casa se encontra, qual a real necessidade de pessoal e suas qualificações para, futuramente, ser apresentado ao governo federal pedido de recomposição da mão de obra, com base na nova realidade do INSS.

Além disso, informamos, neste momento o INSS está em processo da contratação de temporários para atuação no atendimento e análise de benefício, o que ajudará a zerar o estoque de requerimentos à espera de análise há mais de 45 dias. A estimativa é, até maio de 2021, ter concluído o dimensionamento e planejamento de recursos humanos de médio e longo prazo, que permitirá a programação de concursos a partir de 2022, quando acabam os contratos dos temporários.”

Último pedido foi feito para mais de 7 mil vagas

O último pedido de concurso do INSS foi feito em 2018 para nada menos que 7.888 vagas, distribuídas entre as funções de Técnico do Seguro Social (nível médio – 3.984 vagas), Analista – diversas especialidades (nível superior – 1.692 vagas) e Perito Médico (nível superior – 2.212 vagas).

Para concorrer ao cargo de Técnico do Seguro Social do INSS, o candidato deverá ter certificado, devidamente registrado, de conclusão de curso de ensino médio (antigo segundo grau) ou curso técnico equivalente, expedido por instituição de ensino reconhecida pelo MEC. O cargo tem missão de realizar atividades internas e externas relacionadas ao planejamento, à organização e à execução de tarefas de competências constitucionais e legais do INSS que não demandem formação profissional específica; coletar informações, executar pesquisas, levantamentos e controles, emitir relatórios e pareceres; e exercer, mediante designação da autoridade competente, outras atividades relacionadas às finalidades institucionais do INSS, além das atividades comuns mencionadas no edital. A jornada de trabalho é de 40 horas semanais.

Já o Analista do Seguro Social requer diploma, devidamente registrado, de conclusão de curso de graduação de nível superior em Serviço Social, fornecido por instituição de ensino superior reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC), e registro no órgão de classe específico. O cargo tem missão de prestar atendimento e acompanhamento aos usuários dos serviços prestados pelo INSS nas Agências da Previdência Social – APS e aos seus servidores, aposentados e pensionistas; elaborar, executar, avaliar planos, programas e projetos na área de Serviço Social e Reabilitação Profissional; supervisionar e homologar os programas profissionais realizados por terceiros ou instituições conveniadas; entre outras atribuições. A jornada de trabalho também é de 40 horas semanais.

Por fim, o cargo de Perito Médico Previdenciário requer diploma de conclusão de curso de graduação de nível superior em Medicina, fornecido por Instituição de Ensino Superior credenciada pelo MEC, Registro regular no Conselho Regional de Medicina. O cargo deverá exercer, privativamente, no âmbito do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e do Ministério da Previdência Social (MPS), as atividades Médico-Periciais inerentes ao Regime Geral da Previdência Social de que tratam as leis, em especial a: I – emissão de parecer conclusivo quanto à capacidade laboral para fins previdenciários; II – inspeção de ambientes de trabalho para fins previdenciários; III – caracterização da invalidez para benefícios previdenciários e assistenciais; e IV – execução das demais atividades definidas em regulamento. Os ocupantes do cargo de Perito Médico Previdenciário poderão executar, ainda, nos termos do regulamento, as atividades Médico-Periciais relativas à aplicação da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. A jornada de trabalho é de 40 horas semanais.

O cargo de analista tem remuneração de R$ 7.954,09, enquanto que o perito Médico tem ganhos de R$ 10.616,14 mensais. Os rendimentos já contam com o auxílio-alimentação de R$ 458.

Último concurso do INSS abriu apenas 950 vagas

O último concurso do órgão, aberto em 2015 para técnicos e analistas, contou com 950 vagas. Foram 1.087.804 candidatos inscritos. Desses, 1.043.815 eram para o cargo de técnico (com 800 vagas) e 43.989 para analista (com 150 vagas).

As oportunidades foram divulgadas da seguintes forma:

-Nível Médio: Técnico do Seguro Social (800 vagas). Salário de R$4.886,87 (chegando a R$ 5.259,87, após seis meses), já incluso as gratificações. Jornada de trabalho de 40 horas semanais.

-Nível Superior: Analista do Seguro Social (150 vagas). Salário de R$7.496,09 (até R$ 7.869,09), já com as gratificações. Jornada de trabalho de 40 horas semanais.

Técnico: São Paulo (113), Acre (5), Alagoas (14), Amapá (5), Amazonas (34), Bahia (76), Ceará (22), Distrito Federal (10), Espírito Santo (4), Goiás (40), Maranhão (33), Mato Grosso (26), Mato Grosso do Sul (12), Minas Gerais (82), Pará (84), Paraíba (4), Paraná (37), Pernambuco (35), Piauí (2), Rio de Janeiro (17), Rio Grande do Norte (20), Rio Grande do Sul (49), Rondônia (22), Roraima (3), Santa Catarina (32), Sergipe (7) e Tocantins (12);

Analista: São Paulo (18), Acre (6), Alagoas (2), Amapá (3), Amazonas (3), Bahia (22), Ceará (7), Goiás (4), Maranhão (4), Mato Grosso (6), Mato Grosso do Sul (7), Minas Gerais (15), Paraíba (4), Rio Grande do Sul (12), Pará (6), Paraná (3), Pernambuco (3), Piauí (1), Rio de Janeiro (4), Rondônia (5), Roraima (2), Santa Catarina (6), Sergipe (1) e Tocantins (5), além do Distrito Federal (1).

Veja também: Concurso INSS: EDITAL pode ser divulgado somente daqui a dois anos

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