De acordo com informações da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do IBGE, cerca de 25,9% da população adulta no Brasil sofre de obesidade e outros problemas de saúde, devido a maus hábitos alimentares e à falta de exercício físico. Agora, foi constatado que o Fast Food pode causar cirrose, da mesma forma que a bebida alcóolica.
Analogamente, não se sabe muito bem qual é a ligação entre o consumo constante de Fast Food e o desenvolvimento na pessoa, da doença hepática gordurosa não alcoólica. De fato, esta condição é bastante perigosa, e pode ser fatal. Há um acúmulo de gordura no fígado que pode levar à cirrose ou ao câncer hepático.
Em países como os Estados Unidos, essa doença já é a principal causa de transplantes de fígado. Segundo um estudo publicado pela revista científica Clinical Gastroenterology and Hepatology, pessoas com obesidade ou diabetes e que consomem 20% ou mais de calorias em Fast Food, devem ficar atentas.
Isso se deve ao fato de que elas possuem um nível superior de gordura em seus fígados, em comparação com pessoas que consomem menos gorduras ou Fast Food em suas dietas diárias. Em relação ao restante da população, o estudo apontou que há também um aumento da gordura em dietas desse tipo.
Todavia, de acordo com o estudo publicado, para um fígado saudável, ele deve ter uma pequena quantidade de gordura, cerca de 5%, no máximo. Atualmente, já se sabe que um pequeno aumento nesta porcentagem, pode levar a pessoa a contrair a doença hepática gordurosa não alcoólica.
Aliás, pessoas com obesidade ou diabetes apresentam um grande aumento de gordura em seu fígado. Essas doenças acabam por levar a esse acúmulo de gordura em seus corpos. Estas informações têm sido consideradas preocupantes em um cenário onde o Fast Food aumentou bastante nos últimos 50 anos.
Estima-se que, na Espanha, por exemplo, a gordura no fígado seja a principal causa da cirrose na população, tendo superado exponencialmente o consumo de álcool. Alguns consideram a situação como um caso de saúde pública. Vale ressaltar que a população dos EUA consome mais Fast Food que a espanhola.
Uma das questões a se considerar, se deve ao fato de que as populações mais jovens e de maior vulnerabilidade econômica possuem uma maior propensão a comer Fast Food. Uma das razões para isso é o preço destes tipos de alimentos, que costumam ser um pouco mais baratos.
De acordo com a vice-secretária da Associação Espanhola de Estudos do Fígado (AEEH) Rocío Aller, é comum encontrar um quadro de doenças hepáticas em grupos de menor idade. Para ele, devido ao cenário atual de grande consumo de Fast Food, espera-se que estas enfermidades se repitam nos próximos anos.
Um outro problema que pode ser relacionado ao consumo de Fast Food é o aumento do sedentarismo que leva também ao consumo de outros alimentos, processados e ultraprocessados. Em síntese, há também o fato de que uma alimentação natural, saudável, está cada dia mais cara.
Nutricionistas afirmam que se não houver mudanças, deverá haver em todo o mundo, um aumento exponencial de patologias, como a obesidade, diabetes tipo 2 e também de fígados gordurosos. Desse modo, o consumo de Fast Food leva ao aumento de peso, e até mesmo de esteatose hepática.
Por outro lado, existem casos em que pessoas com estas enfermidades relacionadas, não consomem Fast Food. Elas apresentam, na realidade, estas doenças por uma série de fatores. Vale ressaltar que não há um tratamento específico. Os médicos indicam uma dieta saudável e exercícios físicos.
Uma das dietas mais indicadas para estes casos é a dieta mediterrânea, muitos a consideram o oposto do Fast Food. Em suma, o mais indicado é que a pessoa com problemas de gordura em seu fígado, busque uma consulta com um nutricionista que irá fazer um exame e indicar uma alimentação apropriada.
Aller afirma que é importante que as pessoas saibam que o Fast Food não é saudável. Para ela, o governo deve baixar os impostos sobre os alimentos saudáveis, para que eles estejam disponíveis para toda a população. Ela também afirma que deveria haver uma maior taxação dos Fast Food.