Segundo o informado na segunda-feira (6) pelo Banco Central (BC), em novembro, as retiradas da caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 12,377 bilhões. Nesse sentido, essa foi a maior retirada líquida dos valores da poupança no mês de novembro, na série histórica iniciada em 1995.
Nesse contexto de meses de retiradas da poupança, em novembro, os depósitos na caderneta chegaram a R$ 281,713 bilhões e os saques a R$ 294,09 bilhões. No mesmo mês no ano passado, houve mais depósitos do que saques, gerando um saldo positivo de R$ 1,479 bilhão, mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus.
Desde janeiro até novembro, foi registrada retirada líquida da poupança de R$ 43,157 bilhões. Já em 2020, a caderneta captou R$ 166,31 bilhões em recursos, o que representou o maior valor anual da série histórica, por conta dos depósitos do Auxílio Emergencial e o aumento do interesse por investimento, em meio à crise gerada pela pandemia.
Ademais, neste ano, a caderneta de poupança vem perdendo de longe para a inflação que, neste ano, atingiu os dois dígitos no acumulado de 12 meses. Sendo assim, já são 14 meses seguidos que a modalidade amarga queda no poder de compra, segundo levantamento da provedora de informações financeiras Economática.
Rendimentos da poupança
Segundo os dados do BC, em novembro, o investimento na poupança rendeu 0,44%. O que representa um resultado abaixo da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que chegou a 1,17%, no mês passado. Já no mês de outubro, a rentabilidade da caderneta (descontada a inflação) ficou negativa em 7,59%.
De acordo com a legislação atual, a remuneração da poupança é composta pela Taxa Referencial, que está em zero, mais 70% da taxa básica de juros, a Selic. Sendo assim, essa regra vale enquanto a taxa Selic for igual ou inferior a 8,5%. Desse modo, atualmente, a taxa de juros básica está em 7,75% ao ano.
Caso a Selic fique acima de 8,5% ao ano, a poupança rende a Taxa Referencial mais 0,5% ao mês. Nesse sentido, de acordo com a expectativa do mercado financeiro, a Selic deve subir para 9,25% ao ano. A expectativa foi traçada na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, responsável por definir a taxa.
Retorno segundo a taxa da Selic
Confirmada a expectativa de elevação da Selic para uma taxa acima do 8,5% ao ano, todas as aplicações na caderneta passarão a ter um rendimento fixo de 0,5% ao mês + TR, ou 6,17% ao ano. Desse modo, as aplicações da poupança passarão a ocorrer como antes da mudança feita em 2012 nas regras.
Atualmente, com a Selic a 7,75%, o retorno da aplicação financeira mais popular do país é de 0,44% ao mês e de 5,43% ao ano para novas aplicações. No entanto, mesmo passando a render mais a partir de dezembro, a poupança continuará perdendo para a inflação e para outros investimentos de renda fixa.